Capítulo 40

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Carol caminhava de um lado para o outro ansiosa; estava morrendo de saudades de Bárbara, afinal mal tinha podido se despedir decentemente de sua namorada. Ela subiu as mangas de sua camisa branca social e ajeitou os cabelos. Será que deveria ter trocado de roupa antes de passar ali? E se Bárbara não se atraísse por ela vestindo social?

Negou com a cabeça e riu para si mesma. Bárbara não era esse tipo de garota, jamais se incomodaria com o tipo de roupa que ela usava. Não mesmo.

— Poderia se sentar? Está me deixando nervosa. – Tainá disse e Carol a fitou, rindo baixinho.

— Desculpe, é que estou ansiosa. – Ela disse esfregando as mãos em sua calça.

— Jura? Eu não poderia perceber isso se não tivesse me avisado. – Tainá foi irônica, fazendo Carol negar com a cabeça.

— Não use de sua ironia comigo. Você só está aqui para que eu não precisasse ficar nua na frente daquelas mulheres. – Tainá riu.

— Ou seja, eu vim segurar vela. – A loira iria dizer algo, entretanto o ruído da porta se abrindo fez Carol virar o rosto na mesma hora.

Seu sorriso morreu quando encontrou Milena com uma cara não tão boa.

— Por favor, não me diga que ela está com aquela frescura de que eu não deveria vir. – Carol pediu, vendo Milena se aproximar.

— Desculpe, mas ela não quer te ver.

— Por quê? – Carol indagou confusa e Milena riu com escárnio.

— Por quê? — Milena perguntou irritada.

— Como "por quê?" Você saiu sem mais nem menos. – Informou.

— Não deu nem um tchau, a abandonou. Aquele dia ela te esperou por horas. Se atreveu até a ir à enfermaria ver se você não estava por lá. – Milena falou, respirando fundo.

— Ela te procurou por todos os lados achando que tinham aprontado algo com você e quando disseram que você foi solta e que preferiu não vê-la...

— Ôh, ôh, ôh! – Carol disse, erguendo as mãos na frente de seu corpo ao ouvir o tom acusatório na voz de Milena.

— Primeiro que eu não sabia que eu sairia. Segundo que eu não tinha como avisá-la desde que jamais me avisaram que eu sairia e ela deveria deduzir isso. – Falou firmemente.

— E terceiro que eu dei dois mil dólares para uma policial apenas para ela lhe entregar um bilhete. – Milena se calou, a olhando surpresa.

— E pelo jeito a vadia não deu a ela meu bilhete. – Deduziu, respirando fundo.

— Você não... não a deixou? – Milena indagou, tentando comprovar que o que ouviu era real. Tudo não havia passado de um mal entendido.

— Como eu poderia? – Carol disse.

— Eu estou aqui, não estou? – Milena assentiu.

— Eu poderia estar em qualquer lugar do mundo, desfrutando da minha liberdade, mas ao invés disso estou bem aqui, em uma prisão no meio do nada, unicamente para vê-la. – Milena viu a forma como os olhos de Carol brilharam e como a ternura invadiu seu ser.

Presa Por Acaso | BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora