Meu Guarda-Costas

capitulo 50

💕 Isabelle 💕

Deixo Mateo com o doutor e sigo para cozinha, realmente necessitava de um café forte para repor as energias e está é a hora perfeita para fazê-lo.
Abro o armário, pego todos os utensílios necessários, já colocando a água para ferver.
Enquanto preparo a garrafa, a mesma segue em seu processo de fervura, que é bem rápido por conta do fogão moderno.
Com o café coado, uma xícara tomada ali mesmo, sigo com a segunda para o jardim.
Me sento em um dos bancos não tão distantes da casa sentindo um prazer enorme por estar ali, faz tanto tempo que não consigo relaxar com uma xícara na mão. A sensação de paz é reconforte e estranha ao mesmo tempo.
Confesso que está paz toda me assusta, pois temo que ela não durará muito tempo. Com Demétrio a solta não podemos nos dar ao luxo de relaxar.
Nunca sabemos qual é seu próximo passo, e sempre é pior que o anterior então a tranquilidade dura pouco e a agonia retorna aos poucos, até tomar me por completo.
Ficar sozinha em aqui, já não é tão bom quanto a segundos atrás.

Precisamos sair daqui, o mais rápido possível.

Me levanto imediatamente e começo a andar de volta há casa. Meu desejo é perguntar ao doutor quando Mateo terá condições de fazer uma viagem porém consigo ouvi-los já na entrada deixando claro que a conversa ainda não acabou. Mudo a direção, indo direto para a sala de estar. Não quero me tornar a mulher curiosa que ouve as escondidas, tão pouco quero atrapalhar a conversa dos dois.

Me sento no sofá, e novamente me perco em meus pensamentos, porém desta vez não penso em Demétrio e sim em meus pais.
O que eles dirão ao me ver?
Realmente não sei, más imagino que nada de bom.
Eles me avisaram tanto, todos me alertaram só eu mesmo não via o óbvio, somente eu a cega da história, não enxerguei o mal que aquele homem carregava dentro de si.

__ Como pode? Como? Isso não pode ser possível Firat. __ Ouço gritos vindo do quarto de repouso de Mateo.

Me levanto imediatamente indo até lá, mesmo que o médico disse querer falar a sós com Mateo não consigo me conter ao ouvir tanto desespero em forma de palavras.

__ O que está acontecendo aqui? __ Pergunto, olhando seriamente para Firat, todas as coisas, das quais sempre imaginei serem impossíveis aconteceram está semana, o que antes só via nos filmes se tornou parte da nossa realidade, então não é por nada más, fica difícil confiar em alguém depois de tantas traições. Sei que Mateo parece confiar muito nele, más eu não posso me dar ao luxo de fazer, não depois de tudo que passamos.
Antes previnir do que remediar não é mesmo?

__ Não é nada Isabelle, você não precisa se intrometer em tudo ok. __ Mateo responde friamente, enquanto Firat permanece em silêncio total.
Ele está tão estranho, que chega a ser rude, seu tom é tão frio quanto no início de tudo, seus olhos estão tão inflexíveis quanto quando nos conhecemos, quem sabe até mais.

__ Pode ser que eu não precisei, porém não estou falando com você. Então, você tem certeza que está tudo bem Firat? Pois não é o que parece. __ Devolvo toda a frieza em olhares e palavras, porém em dose dupla.

Mateo faz um sinal com a cabeça, como se dissesse não. Como se decretasse uma ordem clara de silêncio.
Firat deixa o quarto em seguida.
Como esse homem consegue ser tão indecifrável e profissional? Nem sob pressão ele deixa algo transparecer.
Ele simplesmente acatou a ordem de silêncio, me ignorando. Ignorando a mim?
Que raiva!

Me aproximo da cama de Mateo, pronta para nossa primeira DR, porém tudo que recebo é um olhar sério e depois ele da de costas para mim, evitando continuar me olhando nos olhos.

Até parece!
Não me conhece ainda?
Acha mesmo que isso ficará assim?
Que irei desistir?
Enganou seu!

Me levanto, dou a volta na cama, parando ao lado que ele está virado agora.

__ Da pra você falar comigo? __ Peço. Ele ainda me ignora.

__ O que está acontecendo? O que o médico disse pra você que te deixou assim? Fala comigo. __ Insisto.

__ Você pode me deixar sozinho? __ Ele me olha sério. __ Por favor Isabelle? __ Ele pede, quase que implorando.

__ Não! Eu não posso. Eu quero saber o que está acontecendo.  __ Insisto ainda mais.

__ Que saco Isabelle, não seja inconveniente,ok. Sai daqui. __ Ele grita tão alto, que em vez de sentir raiva o que seria o mais comum, sinto pavor.
Ele nunca agiu assim, nunca.
Algo sério está acontecendo, eu sei, eu sinto. Más Mateo não vai dizer.

__ Ok! Ok! Se minha companhia está encomendando você, eu saio. __ Respondo, já dando de costas.

Começo a caminhar, desejando muito que ele me impeça, que me peça para voltar. Más ele não faz.

Saio do quarto, buscando pelo doutor. O encontro na sala onde a cirurgia esterilizando e guardando suas coisas.

__ Mateo não me diz nada Firat, estou enlouquecendo com está frieza repentina dele, será que você poderia me dizer por favor? __ Peço o mais gentilmente possível, quem sabe assim ele fale.

__ Como médico tenho meus princípios Isabelle, e não posso dizer nada. __ Minha cara se fecha imediatamente com sua resposta, porém ele não acabou ainda. __ Mas como amigo, como um quase pai, posso dizer que algo sério está afligindo Mateo neste momento. Novamente meus princípios me impedem de dizer com clareza, más peço que tenha paciência com ele, fique ao lado dele, mesmo que ele peça ao contrário.

Definitivamente não consigo entender se suas palavras são para me reconfortar ou para que me fazer pirar de vez.

Resolvo ouvi-lo, e também não questionar suas palavras.
O que eu e Mateo temos, o nosso amor, é mais forte que qualquer problema que ele possa ter. Sei que passaremos por isso, como passamos por tanta coisa, o que realmente importa é estarmos juntos.

__ Ok Firat, eu farei. Tem mais uma coisa, precisamos fazer uma viagem para o Brasil, quando Mateo estará bem o suficiente para viajar? __ Pergunto.

__ Ele precisa de uma boa recuperação para fazer uma viagem assim sem correr riscos, no mínimo vinte dias. __ Ele responde.

__ Não temos todo este tempo. Tão pouco podemos ficar aqui esperando Demétrio atacar novamente __ Respondo tristemente.

__ Se Mateo está correndo perigo aqui posso conseguir um avião hospitalar, isto é precaução indispensável para possíveis problemas no decorrer da viagem, também posso acompanhá-los. __ Sua resposta me surpreende, será mesmo possível ele deixar tudo aqui só para que Mateo não corra riscos.

__ Você tá falando sério? __ Mesmo que sua resposta transpasse sinceridade não consigo evitar perguntar.

__ É claro! Mateo é como um filho para mim. Farei tudo que estiver ao meu alcance para ajudá-lo. __ Suas palavras retiram qualquer dúvida que eu pudesse ter.
Realmente seu apreço por Mateo é grande e sincero.

__ Obrigada! __ Não me contenho em dar nele um abraço de agradecimento.
Ele sorri, um tanto envergonhado.
Me afasto dele, pronta para ir para o quarto dar a notícia a Mateo.
Porém sou interrompida antes de passar da porta.

__ Não esqueça o que te disse antes, mesmo que ele se afaste, que seja rude, que seja frio, não desista dele.
__ Sorrindo respondo.

__ Alguém em sã consiência desistiria da razão dos seus sorrisos, do seu motivo de viver, do seu amor verdadeiro??? Mateo é para mim como o próprio ar, sem ele minha vida acabaria, então não. Eu não vou desistir dele. Nem que ele me peça isso.