capitulo 78

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A neblina densa deste dia frio e chuvosos refletia em sua pele a deixando ainda mais branca, mais pálida e visivelmente congelada.

Isabelle parecia a um daqueles diversos cadáveres frios que eu armazenava para sumir com eles depois.

Ver aquilo me doía a alma.

Estava com raiva.
Furioso.
Com ela, comigo.
Conosco.
Não deveríamos amar assim.
Isso não está certo.
Colocar a vida de uma pessoa a cima da nossa, da nossa saúde, do nosso bem, isso não é certo.
E se ela...
Eu não me atrevo nem a concluir meus pensamentos.
Eu não me perdoaria nunca se algo acontecesse.

Estava frio, tão frio que mesmo no calor daquele momento meu queixo batia forte tremendo meus lábios, e os dela haviam o mesmo semblante, ela estava congelando aqui.
Merda!
Eu podia ouvir o barulho que meus dentes faziam enquanto se batiam uns nos outros, um barulho irritante, só não mais do que imaginar que o mesmo está acontecendo com ela.

Já estava tão próximo dela, a ponto de abraçá-la e esquentar seu corpo frio, quando aquele maldito barulho estrondoso que insiste em destruir-me voltou para me atormentar.

É, era a polícia de novo.
Eram dezenas e mais dezenas de viaturas cercando todo o perímetro que rodeava o presídio.

Eu queria ligar sabe, queria me preocupar com elas, com a polícia que chega cada vez mais perto.
Más eu não ligava para elas.
Eu não as via.
Tudo que eu via era ela.
Minha mulher.
Minha mulher grávida em um frio abaixo de zero graus vestida como uma rainha negra, carregando meu filho na barriga e a minha k47 nas mãos.

Antes que as viaturas chegassem a entrada do presídio corri o máximo que eu pude até chegar até ela.

Precisava estar ali, estar ao seu lado, sentir o seu corpo, o seu abraço, o mais rápido possível.

Nem que fosse pela última vez.
E isso poderia acontecer.

Cheguei, por fim eu estava a sua frente, com um sorriso bobo e reluzente.

Ela me olhava fixamente, com o mesmo sorriso incandescente e os olhos cheios d'água.

Não chora. Não agora. Não quando não posso te consolar.

Quebrei a nossa distância, então a abracei como nunca antes tinha abraçado, aí que saudade que eu tinha destes braços.

Me perdi ali por um tempo, foi como se ele tivesse parado, e por um momento um mísero momento toda está merda tivesse passado.

Mesmo contudo, mesmo com aquela cena realmente desesperadora eu via em seus olhos a felicidade.
Afinal o que realmente importava já aconteceu, estamos juntos.
Isso bastava para ela.

Más no fundo eu sabia que isso não era o suficiente.
No fundo eu sabia que o pior ainda estava por vir.
Do que adiantará tudo isso se acabarmos mortos?

Más como faremos?

Como fugir disso?
Como fugir daqui?
Se em alguns segundos essas ruas encheram de polícia.

Eu disse a ela, eu avisei, quantas vezes eu falei que este maldito plano era loucura?
Que tentar me tirar daqui era loucura.
Más não, ela nunca me ouvia.
Ela nunca fez, nunca.
E agora, cá estamos, não!
Fodidos em todos os tons.

Como pode?
Como pode amar alguém até quando sua vida está em perigo? Mesmo quando essa pessoa é a única culpada disso?
Essa é a nossa força, más também o nosso martírio.
Esse amor...
Há esse amor, esse nosso amor.
Um amor sem limites!

__ Vamos sair daqui Amor, não temos tempo. - Ela disse me trazendo de volta desta minha viagem metal.

__ Vamos amor. - Disse e segurei firme em sua mão.
Corremos até o carro mais próximo, assumi o volante e ela o banco do passageiro.

Neste momento os tiros começarem por todos os lados.

Vários homens, comparsas nossos baleados.
Más por sorte nosso carro o carro em que estava Mikael e mais dois conseguiram sair para via pública.

Seria mais fácil, não mais fácil de fugir, porém mais fácil de não levar um tiro.

Os polícias não arriscaria uma troca de tiros em praça pública sabendo o quão poder de fogo temos.

Esse era um ponto para nós.
Más só este também.

Meu Guarda-CostasOnde histórias criam vida. Descubra agora