capitulo 79

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Meus olhos se desligaram da minha linda mulher e agora estavam atentos naquele volante.
Eu dirigia como um louco pelas ruas daquela cidade desviando dos carros a minha frente e esquivando das inúmeras viaturas que me cercavam por todos os lados.

Nossa felicidade agora estava nas mãos das minhas habilidades no volante.
Elas eram boas, muito boas, más eram o suficiente?

Eu não sei!
Na verdade, neste momento eu não sei de mais nada.

Precisava pensar.

__ Pensar? ( Risos) - Pensar mais? - Questionei a mim mesmo, já que minha mente agora era um turbilhão de pensamentos.

Pensar era tudo que eu pude fazer neste ultimo mês, e também agora, eu pensei tanto lá dentro daquela prisão e também aqui fora.

Está certo que minha vida não era lá nada calma, más ela nunca foi tão louca quanto nesses últimos meses.

Ela tá um caus agora.
Um completo caus, e não sei, não sei mesmo o que fazer para mudar isso.

E eu quero mudar, eu quero mesmo.
Nunca quis tanto algo na minha vida quanto quero ser normal.
Um homem, um marido, um pai normal.
Ser um homem comum, sem todas essas merdas que sempre cercaram minha vida e minha família.
Quero ter paz!
Quero construir ao lado da minha amada e do nosso bebê uma família em paz.

É uma Família.
Quem diria!
Eu, justo eu.
O cara fadado ao erro desde a infância pensar em ter família.

Isso é tão difícil sendo quem eu sou.

Será que este foi o meu erro?

Será que ousar amar está mulher foi o meu erro?

Talvez papai estivesse certo, talvez eu seja mesmo um moleque indigno de amor.

__ Amor... Amor... Amor... Mateo me escuta. Mateo, meu amor o que faremos?  - Isabelle gritava, más eu estava tão perdido naquelas hipóteses que eu ouvia sua voz como um zumbido distante.

Estava perdido!
Perdido naquele maldito inferno, no meu inferno particular.
Naquele mesmo, o governado pelo o diabo do meu pai.

De repente naquele momento os malditos flashbacks da minha infância retornaram.

Bem agora?
Tá de brincadeira.

Não era hora de pensar no passado, mais ele insistia em me perturbar.
Mesmo estando acordado, eu mi vi dentro daquele pesadelo.

" Mamãe, eu e Mikael, os três juntos no banco de trás daquele carro apertado, papai dirigindo e fugindo de vários homens armados. Eles nos seguiam.
Um bando enorme de predadores loucos para Devorar-nos!
Eles, aqueles malditos homens com suas armas grandes.
Eles nos caçavam como animais.
Eram tantos tiros que quase que nos deixavam surdos, só não mais do que a voz trêmula do meu pai desesperado.
__ Desgraçados, miseráveis! Eu vou matar todos. - ( Risos) Não, ele não matou, não naquele dia, não, naquele dia ele não chegou nem perto de fazer.
Só fugiu, fugiu como o belo covarde que era.
Hoje eu me lembro.
Me lembro de tudo!
É como que se aquele acontecimento tivesse se desbloqueado em minha memória.
Me lembro da minha mãe!
Eu sempre quis me lembrar dela, só que era como se alguém a tivesse apagado das minhas memórias.
Mal conseguia me lembrar dos traços do seu rosto, e agora, meu deus, a lembrança dela é tão vivida.
E para minha desgraça também me lembro do que aconteceu naquela noite.
Eu posso ouvi-la, posso vê-la.
Deus!
Como eu não vi e ouvi isso antes?

__ Matheus! - Ela gritou meu nome, meu verdadeiro nome.
Me lembro agora da sua voz, do seu rosto, do seu cheiro, da sua doçura.
E também me lembro como mamãe me segurou nos braços e de como protegeu das balas com seu próprio corpo seu filho amado"

Meu Guarda-CostasOnde histórias criam vida. Descubra agora