capitulo 19

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🍃Mateo🍃

Estava eu tentando ouvir atrás da porta, enquanto me corroía por dentro por deixá-la ali, nas garras de seu marido.

Sei que não deveria me envolver assim.
Sei que é um erro ceder a tentação.
Más o desejo por ela é mais forte que qualquer laço matrimonial que exista entre eles.
Um pedaço de papel não significa nada quando não há sentimentos. Ela não o ama, e o que tivemos a pouco, diz bem mais que eles.
Nossos corpos enlouquecidos naquele carro e naquele elevador só deixa claro que temos a química perfeita.

Mesmo estando nesta luta incessante com meus pensamentos, pude ouvir quando Demétrio se levantou e começou a caminhar.
Abro uma frecha da porta, bem pouquinho más o suficiente para que eu consiga ver seu caminho.
Ele está indo direto para ela, que está deitada ainda usando aquele seu vestido que neste momento deveria estar aqui, jogado em qualquer canto enquanto matava-mos esse desejo tão grande que ambos sentimos.
Sim! Estou com ciúmes. Muito! Para ser mais claro.
E ele só aumenta quando este imbecil se livra das roupas, logo em seguida vai se deitando ao seu lado.

__ O que ele pretende?
__ Fazer as pazes não está vendo idiota. __ Minha mente automaticamente responde a minha pergunta sem noção.
Será possível! Eu estou louco? Estou conversando e respondendo aos meus pensamentos, como um lunático possessivo.

Só não tão louco, quanto estou de raiva pela proposta que ele acabará de fazer.

Ouvi-lo pedir para Isabelle ser dele novamente me desestabilizou tanto que deixei a garrafa de cerveja que estava em minhas mãos cair.

Ótimo! Agora certamente eles sabem que estou os espionando.

Não consigo deixar de pensar como esse homem chegou aqui tão rápido? Como ele se deslocou do Brazil até aqui tão depressa? Ele deveria ter ficado lá, e não estar aqui tentando pegar de volta o que perdeu.

Más e se ele já estivesse aqui? E se ele tivesse vindo antes mesmo deu ter avisado sobre o chalé. E se ele quiser na verdade garantir que o serviço seja feito corretamente? E não é sobre o meu serviço que me refiro.
E sim aquela tentativa de assassinato horas atrás.

Caminho até a mesa pegando minha arma, pois algo me diz que este canalha tem segundas intenções aqui.

Ouço as ameaças que Demétrio faz após ter o prazer de ouvir Isabelle o rejeitando, isso me deixa feliz, eufórico se for mais preciso. Más também reforça minhas dúvidas quanto a ele, e possivelmente esteja certo quanto as intenções dele. Não acredito mais que seja verdade tudo que ele já me disse, e que protegê-la é o que ele deseja.

Me posiciono atrás da porta, pronto para intervir e defende-la se for necessário.

__ Você está transando com seu Guarda-Costas Isabelle? __ Como ele é lerdo meu deus. Só agora que percebeu? Bom não transamos. Más quase.
Só sendo muito idiota para não perceber que existia algo, quando deixamos isso tão evidente mais cedo.

Estava explícito.
Estava tão evidente, como ele não notou a forma que nos olhamos, que nos falamos, e até pela decepção cravada em nossa face ao vê-lo sentado naquele sofá quando chegamos.

Fico cada vez mais ligado, pronto pro que der e vier. Não é o que desejo más se precisar, terei que matá-lo. Ele está dificultando as coisas, e não está me deixando outra saída.

Já estava pronto para intervir, sair daqui e confrontar-lo de frente quando Isabelle adentrou o quarto, batendo a porta ferozmente.
Ela estava tão assustada, que pude ver claramente seu corpo todo trêmulo.

Envolvi meus braços em torno do seu corpo, tentando fazer com que ela se acalmasse.
Ela precisa ver e sentir que não está sozinha.
O fato de Demétrio ter me contratado, de ser ele quem me paga não muda em nada meus princípios e objetivos aqui. É claro que meus sentimentos por ela influenciam muito quanto a isso, más nao deixarei nem ele nem ninguém colocar um dedo que seja nela.

Alguns minutos depois Isabelle já estava mais calma, seu coração desacelerou e sua respiração descompassada normalizou.

Tranquei a porta, para que não pudéssemos ser surpreendidos. Conduzi Isabelle para longe, para que se Demétrio estiver ali tentando nos ouvir ele não consiga.
Então falando bem baixinho expus a ela tudo que penso.

E ela acha o mesmo.

__ Eu vi nos olhos dele o desejo de me ferir.

__ Assim que as palavras saem da boca de Isabelle o Mateo incompreensível e inconsequente, o louco que age por impulso  voltam com tudo. Todo aquele meu lado ruim, aquele que eu lutei tanto para manter longe, se apodera de meu corpo.
É tão tentador o desejo de ver o sangue de Demétrio manchando as paredes claras deste hotel, tanta que chega ser quase incontrolável.

__ É simples, irei matá-lo e acabaremos de vez com toda essa merda. __ Respondo já certo que essa é a única escolha plausível.

__ Você faria isso por mim? O mataria só para me proteger? __ Ela pergunta incrédula e apreensiva. Más no fundo, ela parece gostar do que acaba de ouvir. Pois isso mostra que meus sentimentos são verdadeiros, e tão fortes que eu mataria por ela.

__ Sim Isabelle eu faria. Ou melhor eu farei.
Vou matá-lo. Ele não terá chances de ferir você. Eu prometo! __ Respondo. Dando-lhe a certeza que precisa. Mostrando a ela de uma vez que faria isso e muito mais por ela, e que agora mais que nunca ela precisa confiar em mim. Pois não sabemos e não podemos confiar em mais ninguém.

__ Não sei o que dizer. __ Ela responde. __ Bom na verdade eu sei. __ Ela se corrige. __ Saber que você faria isso por mim me dá a certeza de que seu sentimento realmente é forte e verdadeiro, más não quero que faça.  __ Ela me deixa confuso.

__ Ele possivelmente quer te matar Isabelle. Não podemos correr o risco. Saímos ilesos antes, más da próxima vez ele ou quem quer que seja que ele mande consiga. __ Respondo, tentando fazer com que ela veja que não temos outra saída.

__ Temos sim Mateo. Por agora, haja naturalmente. Finja. Faça-o pensar que está do lado dele. Isso nos dará tempo. E ele ainda confiará em você. Quem sabe não mande você fazer desta vez. E aí sim teremos certeza do que ele pretende, e poderemos usar tudo contra ele. E da forma certa. E não com mais um assassinato.

Sua forma de pensar e arquitetar um plano tão rápido me surpreende.

__ Onde escondia essa mente brilhante? Estava guardando este dom de arquitetar planos perfeitos só para você? __ Respondo tentando descontrair um pouco o clima tenso que se instalou aqui.

__ Uma mulher nunca pode revelar a um homem seus segredos, não assim de cara. __ Ela entra na mesma onda. Tentando se manter tranquila.

__ Fique aqui. Eu já volto. __ Peço. Depois dou nela um beijo daqueles. Só não posso mantê-lo por muito tempo, se não acabaria perdendo o juízo de vez.
Se conseguir me livrar deste imbecil, poderemos continuar de onde paramos no elevador.

__ Por favor não faça nenhuma loucura. __ Ela pede preocupada.

__ Eu prometo, voltarei sã e salvo fique tranquila. __ Respondo com firmeza.
Já encarei homens bem mais perigosos e prejudiciais a minha integridade física que Demétrio.
Ele é um bandido, é claro. Más daqueles que não sujam as mãos e sim que pagam para que o serviço seja feito.

__ Eu sei. O problema é o que você pode fazer com ele e não ao contrário. __ Ela responde sorrindo. __ Ele sempre foi um frouxo, só é valente em um tribunal e comigo é claro. Ela parece mais triste quando termina a frase.

Acaricio seu rosto ternamente, suavizando os traços rígidos que avia se formado nele.

__ Era valente contigo, não deixarei que seja mais. __ Respondo com firmeza.
Depois dou-lhe mais um beijo rápido. Sendo obrigado a me afastar bem depressa  novamente.

Levanto minha camisa, enquanto Isabelle me observa atentamente com um sorriso provocante. Seu desejo é tão explícito quanto o meu. O sorriso malicioso que se formou nesses teus lábios carnudos, só dificulta as coisas.
Contenho o impulso de joga-la nesta cama, de gritar um f*da-se bem grande para este babaca e fazê-la minha de uma vez.
Coloco a arma nas costas. Abaixo a camisa já indo em busca de Demétrio.

Meu Guarda-CostasOnde histórias criam vida. Descubra agora