Meu coração disparou naquela hora, ele estava tipo aqueles carros desgovernados a trezentos por hora.
Minha respiração estava descompassada, senti que o ar dos meus pulmões faltava, como ser diferente se a minha vida estava agora sendo levada.
O tempo lá fora até parecia fechar, minhas vistas escureceram, uma nuvem escura e pesada caiu sobre mim e encobriu o meu olhar.Ela trouxe a dor, uma dor tão forte que rasgava meu peito, ne senti sozinha e impotente, uma das partes mais valiosas de minha vida estava sendo tirada de mim e eu simplesmente não podia fazer nada.
Eu queria gritar, berrar, espernear, sabe quando a gente quer dar um show daqueles mais simplesmente trava no lugar.
Então, foi bem assim que aconteceu.
Pegaram ele, bateram nele, algemaram ele, colocaram ele dentro daquela carroceria minúscula, e eu só assisti sem fazer nada.
Isso é o que mais dói.
Como eu pude ser tão fraca.
Como?
Se fosse diferente, se fosse ele aqui no meu lugar, há, certamente nem um desses homens permaneceriam vivos para essa história contar.
Más eu, eu que passei por tanta coisa, que vive e ainda vivo tantas coisas, que aprendi com ele mesmo tantas coisas, não soube qual atitude tomar.
Isso chega ser cômico.
É uma piada, daquelas bem mal contadas que o público nem da risada.Só acordei para vida e coloquei meus pés no chão quando vi o carro de polícia começar a se afastar.
Estão levando ele, estão mesmo levando ele.
Meu coração virou um iceberg.
Minha mente suavizou, meus semblante gelou, e a frieza me inundou.__ Não. Você não não vai assim. - Eu gritei me virando e correndo para o mais rápido que pude.
Me coloquei do lado do carro que estávamos usando na fuga, abri a porta do mesmo já vendo a AK 47 do Mateo lá dentro. Eu já vi o que essa arma pode fazer, e realmente preciso dessa potência agora.
Eu vou matar todo mundo se preciso for.
Já ia pegar a arma quando vi Mikael ao meu lado, seus olhos estavam arregalados e fixos em mim.
Ele passou seu braço direito pelo meu quadril e fechou a porta do carro me impedindo de pegar a arma.
__ Que porra você está fazendo? - Gritei com ele totalmente inconformada.
Tá, o Mateo pode não significar tanto assim para ele, más para mim sim.
Para mim ele é tudo.
Não podemos deixar que o levem assim.Abri a porta novamente, só que mais uma vez ele fechou. E como se não bastasse, seus braços envolveram em meu corpo e ele me segurou.
__ Me solta porra, eu vou acabar com essa merda agora. - Gritei o mais alto que pude. Só que o bicho nem se moveu, é óbvio que ele não se amedrontou. __ Você deveria me ajudar e não e não me impedir. - Contestei, más ele ainda permanecia calado.
Que ódio eu senti.
Minha vontade era estrangula-lo e voltar a fazer o que eu vim aqui fazer, porém suas forças era incrivelmente grande, é claro que na mão eu não podia com ele. O jeito foi apelar para a emoção.__ Eu sei que você não tá nem aí pra ele, mais ele é seu irmão, você não pode abandonar ele assim, e se não quiser me ajudar ok eu entendo, más não entra no meu caminho. - Mateo me olhou sério, ele suspirou fundo com aquela cara de mal, mais realmente eu não estava nem aí.
Não agora.Comecei a me debater contra ele de tal forma que no final deu certo, consegui escapar.
Bom, assim eu pensei.
__ Se eu não me importasse você acha que eu ainda estaria aqui? - Sua voz era firme e eu via sinceridade nas suas palavras, más estava tão certa de que aquilo sim era o certo que eu nem liguei.
__ Então porque você tá aí parado? Estão levando ele, estão tirando ele de mim, você não vê? Eu não posso permitir! - Falei já com lágrimas nos olhos, meu coração se partia cada vez mais só de pensar na possibilidade de Mateo ser tirado de mim sabe-se lá por quantos anos.
__ Eu tô parado aqui porque eu sei que o Mateo não ficaria nada feliz se eu permitisse que a sua mulher, a mulher que está agora carregando um filho seu acabasse baleada ou até morta por fazer uma idiotice precipitada. - Mateo respondeu sério.
__ Você quer levar um tiro? Quer se matar e matar o seu bebê? Se vc tá disposta a correr este risco vá em frente. - Ele completou me dando passagem.
Fiquei imóvel mais uma vez, e obviamente sem palavras.
Ele estava certo. Sim estava.
Era difícil para mim aceitar isso, era sim, más ele estava coberto de razão, não sou mais uma, agora eu tenho uma vida, um anjinho dentro de mim, não posso arriscar nossas vidas assim.__ Tá bom! Eu vou me acalmar e não vou fazer loucura. - Respondi.
__ Ótimo! Agora sim podemos pensar no que fazer. - Mikael respondeu já entrando. Fui atrás dele.
Voltamos para o escritório, e a maldita da amante do Demétrio já tinha fujido no meio da confusão.
Ela poderia ser útil para provarmos o que ele fazia, más agora como...Mal completei meus pensamentos quando vi a Valquíria trazendo a safada pelos cabelos.
__ Ela até tentou, más não é qualquer vadia que foge de mim assim. - Valquíria falou com tom de deboche jogando a safada nos meus pés.
__ Por favor me deixe ir, não tem nada que eu possa fazer o Demétrio tinha influencia, cúmplices, eu fui só uma peça insignificante no seu jogo. - A mulher falou quase que implorando por clemência.
Sorrindo eu respondi.
__ Você pode ter sido uma parte insignificante mais você sabia qual era o jogo, isso pra mim já é o suficiente.
A mulher extremeçeu com meu olhar frio direcionado a ela.
__ Vai pro seu quarto e não sai de lá. - Mandei ela já se preparou para sair, obviamente ela não obedeceria, más Valquíria já sabia.
__ Ei, vai com calma aí colega, eu vou com você. - Ela disse e pegou a mulher pelo braço, neste momento vi dois sorrisos encantados.
Um era da minha amiga que sempre jurou que os homens para elas seriam apenas objetos descartáveis e o outro era do guarda costas mal encarado do Mikael. O tal Ramiro que esteve conosco na ilha.Tô vendo muito ou está rolando algo aqui?
__ Ei, concentração. - Disse aos dois que ficaram imediatamente sem graça.
Valquíria saiu e Ramiro logo tratou de encontrar algo para fazer longe daqui.
__ O que faremos. - perguntei para Mikael assim que ficamos a sós.
__ Temos duas opções, a primeira é provar a legitima defesa, provar a culpa de Demétrio e a inocência do Mateo. - Ele respondeu calmante.
Como ele consegue ser assim?
Queria eu ter tanto auto controle.__ E se a primeira opção não der certo? Qual é a segunda. - Perguntei, ele sorriu de lado.
__ Reze para dar, porque você não vai querer saber o que faremos na segunda. - Ele respondeu com uma pitada de deboche em sua voz.
Me arrepiei inteira.
Seu tom de voz me diz que a segunda opção não é nada boa.
Más minha curiosidade não pode ficar assim, a ver navios.__ Sem meias palavras Mikael, vamos! Me diga de uma vez qual será a segunda opção. - Respondi firmemente.
__ Se tivermos sorte não vamos chegar a esse ponto, más se a sorte não estiver ao nosso lado o único modo de tirá-lo de lá é a força mesmo.
Se eu já estava arrepiada dos pés a cabeça,neste momento já não havia mais partes do meu corpo disponíveis para fazer.
__ Seja como for, eu faço o que for preciso.
Seja certo, seja errado, eu não ligo.
Eu dou minha vida por ele, por que sem ele eu não teria vida.
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Meu Guarda-Costas
RomanceMeu Guarda-Costas costas, é um romance proibido entre Isabelle, a esposa de um renomado juíz brasileiro e Mateo, um encantador mexicano contratado para ser seu Guarda-Costas pessoal.