❝ɪ'ᴍ sᴄᴀʀᴇᴅ, ɪ'ᴠᴇ ɴᴇᴠᴇʀ ғᴀʟʟᴇɴ ғʀᴏᴍ ǫᴜɪᴛᴇ ᴛʜɪs ʜɪɢʜ.. ғᴀʟʟɪɴ' ɪɴᴛᴏ ʏᴏᴜʀ ᴏᴄᴇᴀɴ ᴇʏᴇs❞
𝐒𝐎𝐅𝐈𝐀 𝐇𝐎𝐋𝐋𝐎𝐖𝐀𝐘 não costumava ver a vida com positividade. Crescida em um lar tóxico, com pais ausentes e envolta em brigas, havia amadurecido mais cedo...
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S o f i a
Eu estava acabada. Não havia outra palavra. Era exaustão física, mental. Fome, sede, sono... Havia descontado o máximo que podia no tempo fragmentado que tive. Nina havia vindo para quatro tentativas de mamar durante toda a tarde, e felizmente havia conseguido com facilidade e sem machucar. Tom havia me dado comida na boca, havia feito massagem nos meus pés e cuidado de tudo enquanto eu dormia.
Agora eu aninhava Nina na manta, enquanto ela mamava mais, repousando a pequena mãozinha no meu peito. Suspirei, e peguei meu celular, que vibrava sem parar na mesa de cabeceira. Minha mãe estava ligando. Atendi a chamada com os fones no ouvido, evitando barulhos da ligação. Logo vi o teto da casa e segundos depois minha mãe apareceu.
— Oi filha. Não pude ligar ontem, estava organizando as coisas da clínica. Como está tudo aí? Você está bem?
— Estou, só estou cansada e com dor.
— Contrações? Conta, quem sabe não chegou a hora... — Ela diz de forma despretensiosa e eu sorrio lembrando que ela ainda não sabia.
— Estou contando... Não está tarde aí?
— Está, mas precisava ligar.
— Entendi... Recebi uma encomenda hoje, demorou para chegar. Olha.
Observo sua atenção na tela quando viro a câmera do celular, lhe dando visão de Nina no meu colo, enrolada numa manta colorida. Sua reação é de completo choque e silêncio, mas logo depois começa a gritar, reclamando sobre como eu havia guardado segredo dela sobre isso.
— As dores começaram de oito da noite. Era madrugada aí. Preferi deixar para dizer hoje, mas não peguei no celular até agora.
— Vai me levar uma surra, você e o seu Thomas. — Ela diz, irritada, mas sorrindo. — Ela está saudável?
— Muito. Está perfeita. Bom peso, bom tamanho...
— Dava para imaginar só pelo tamanho da sua barriga.
— É verdade...
— Já fez todos os testes?
— Já, todos hoje cedo. Tom desceu há pouco para registrar.
— Que ótimo, filha. Acho que em maio eu consigo viajar, aí nos vemos.
— Tudo bem. Agora vou estar de licença até outubro.
— Aproveite e descanse. Depois vai ser puxado.
— Sei disso. E vou. Sinto que Nina é calma, mas ainda assim requer atenção e vai dar trabalho.
— Você também era, mas eu não podia ouvir um som que já acordava, preocupada. É instinto, o mesmo vai acontecer com Thomas.
— Ele já estava assim há dias, alerta para caso eu precisasse vir para a maternidade.
