71 | Capítulo Setenta e Um

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Dois meses depois

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Dois meses depois...
20 de Abril

S o f i a


Eu estava exausta. Realmente exausta. Não aguentava mais o peso da minha barriga, e ela parecia ficar cada vez maior. Eu poderia facilmente estar grávida de gêmeos, mas era uma. Só uma. Nina já estava chutando, mexendo e se debatendo há dias. Já estava na posição perfeita para o parto, mas até agora nada.

Eu já estava com trinta e nove semanas completas. Eram ao todo nove meses e três semanas, e eu não sentia nada além de leves contrações, mas com grandes pausas. Sempre que eu sentia alguma, Tom e eu começávamos a cronometrar o tempo entre uma e outra, mas nunca era o suficiente para considerar um trabalho de parto ou algo próximo à isso.

Isso me deixava ainda mais cansada. Eu já estava com muito, muito medo da dor. Tinha o aval da minha médica para pedir a analgesia se não aguentasse toda a dor do parto normal, e tinha tudo pronto para uma cesárea de emergência, ou caso a gravidez passasse das quarenta e duas semanas.

Tom havia conseguido adiantar suas férias. Passaria um mês em casa, dividindo as tarefas e os cuidados com a bebê. E nos dois meses seguintes, trabalharia de home office, para poder continuar me dando suporte e cuidando da Nina. Ele iria para a empresa apenas em caso de reunião, e isso já fazia uma diferença enorme.

— Amor? Terminei o jantar. — Tom diz, adentrando o quarto, chamando minha atenção.

— Pôs pimenta na carne?

— Exatamente como você gosta. Alho e cebola também.

— Estou indo. Só... Vou ao banheiro. Nina está mais uma vez dando cabeçadas na minha bexiga.

— Nascer ela não quer... — Tom diz e eu sorrio, concordando.

Ele sai do quarto e eu sigo para o banheiro. Sabia que iria sair apenas algumas gotículas, mas precisava ir ou iria me sentir pior. Após isso, lavei bem as mãos e desliguei a torneira, mas apoiei bem o braço na pia assim que senti uma cólica forte descer por toda a minha barriga. Entrei em alerta, mesmo sabendo que poderia ser mais uma das contrações de alarme falso que eu senti nos últimos dias, e logo em seguida senti outra, ainda mais forte, seguida de um som oco e baixo.

Esperei pelo líquido aquoso pegajoso da bolsa, mas não desceu. Chequei no pequeno absorvente que usava, tendo a certeza de que era o tampão mucoso, e só aí finalmente saí do quarto e chamei por Thomas. Ele subiu tão rápido quando um furacão, abrindo a porta de supetão e correndo até mim, exasperado e preocupado. Dramático.

— Oi, minha vida. O que houve?

— Contrações. — É tudo o que consigo dizer, sentindo mais fisgadas ao longo da minha barriga.

Thomas me dá a mão para que eu aperte e eu o faço. A dor começa a variar na intensidade, e logo some gradativamente. Começamos a contagem de intervalo, e eu continuei em alerta, esperando a bolsa estourar.

𝐎𝐂𝐄𝐀𝐍 𝐄𝐘𝐄𝐒 ꩜ tom hiddleston (✓)Onde histórias criam vida. Descubra agora