"No qual o mindinho do nosso herói encontra o cantinho de um móvel.
E seus olhos tomados de dor encontram outra coisa."
Não tive coragem de ir embora depois que Maria e eu fizemos as pazes do melhor e mais prazeroso modo possível.
Ir embora tão rápido arruinaria esse momento perfeito em que ela dorme tão profundamente em meus braços, a delicada mão repousada sobre o meu peito nu e os cabelos roçando suavemente no meu pescoço.
É uma delícia! Não saio daqui por nada!
O curioso é que, apesar de ter afirmado, na Marsh's Bakery, que não podíamos resolver nossos problemas na cama, em nenhum momento Maria demonstrou resistência quando apareci em seu quarto e expus minha intenção de fazermos exatamente isso.
Ao contrário. Embora surpresa, Maria pareceu sinceramente feliz em me ver e se entregou por completo, movida pela mesma intensidade que eu.
Ela nunca vai admitir, mas em certos momentos, até pediu por mais. Exigiu, melhor dizendo. As mãos firmes no meu quadril, levando-me cada vez mais para dentro dela, ditando meus movimentos ao seu bel prazer. Maria me manteve exatamente no ponto aonde mais necessitava, enquanto a voz suave de desejo mergulhava como uma música sensual nos meus ouvidos, fazendo-me enlouquecer ainda mais com suas notas.
E eu lhe dei exatamente o que ela precisava porque não poderia ser de outro modo. Eu precisava de Maria também. Mais do que acreditava precisar quando decidi vir até aqui. Mais do que sou capaz de entender agora.
Por falar em mais, sei que a cada minuto que passo em seu quarto é um risco de sermos descobertos pelo instinto de águia de Miriam Fry. No entanto, essa noite decido não me preocupar com qualquer regra do Griffith ou consequência.
Acho que mereço uns minutinhos para aproveitar a sensação lânguida de relaxamento que domina meu corpo inteiro. Mereço descansar por pelo menos meia hora, mesmo porque seria bom recuperar o vigor nas pernas depois de tanto esforço.
Se me levantasse da cama nesse instante, talvez caísse sentado ou tropeçasse um segundo depois de modo patético, tamanho o esgotamento que sinto. Um esgotamento muito bom, é claro.
Além disso, não nego que é maravilhoso estar na cama com Maria. E não é só porque o seu corpo nu e macio está enroscado ao meu sob os lençóis; embora essa parte conte também, sem dúvida! É por causa de... algo a mais.
A curiosa sensação de pertencimento, talvez? De paz que me envolve? Essa felicidade genuína que sinto? Uma mistura de tudo?
Se não estivesse tão exausto, eu pensaria melhor sobre esse assunto, analisaria cada detalhe até desvendar o que é esse algo a mais, afinal.
Por ora, tudo o que sei é que já fui para a cama com muitas mulheres, mas nunca senti tanto prazer em envolvê-las depois do ato e literalmente dormir com elas, como sinto com essa aqui.
Com minha doce e mordaz Maria Carbonell...
De olhos bem fechados e sem pensar direito, encosto a boca em sua testa por alguns instantes. O beijo suave desperta uma reação imediata no raio de sol. Ela expira de modo sonoro e se aconchega mais junto a mim. Prazer absoluto define.
Se não estivesse à beira de cair no sono dos justos, eu analisaria esse meu gesto também. Foi um beijo tão desprovido de malícia e tão cheio daquele misterioso algo a mais...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Gênio Infame, Dama Mordaz
FanfictionDepois de sofrer uma desilusão amorosa, Maria Carbonell prometeu que nunca mais cairia nas garras de mulherengos traidores. Agora, ela só quer seguir em frente de cabeça erguida. Cientista e empresário brilhante, Howard Stark não esconde de ninguém...