"No qual nossa heroína descobre um lado surpreendente do nosso herói. E gosta dele."
Hoje comecei o dia com o pé esquerdo. Mas, como minha mãe costumava dizer, há males que vem para o bem.
O que aconteceu foi que eu dormi além da conta e acordei totalmente atrasada. Precisei me arrumar às pressas e saí do Griffith sem tomar o café da manhã.
Quando cheguei à mansão Stark, no entanto, fui recebida tão gentilmente pelo Sr. Jarvis que me permiti relaxar um pouco.
Ele compreendeu de imediato o meu atraso e orientou que eu não me preocupasse tanto com horários, pois o nosso patrão é bem liberal quanto a essa questão. Deixou escapar ainda que o Sr. Stark chegou de madrugada mais uma vez e ainda não havia se levantado da cama.
A agitação e o estômago vazio me deixaram um pouco tonta, acabei confessando que não tive tempo para me alimentar no Griffith e, em resposta, o mordomo praticamente me arrastou para a casa adjacente à enorme propriedade. Um lugar mais modesto e com cara de lar, onde ele mora com a esposa.
Quando conheci o Sr. Stark, minha antipatia por ele foi automática. O mesmo não posso dizer da Sra. Ana Jarvis. Gostei dela logo de cara, fiquei encantada com a sua alegria natural e hospitalidade. E um pouco surpresa, confesso, por ela me abraçar tão calorosamente assim que fomos apresentadas.
Pelo o que o Sr. Jarvis explicou, ela tinha ido visitar uma amiga que caiu doente e passou alguns dias por lá, voltando somente ontem à noite. Por isso não a conheci antes.
Não recusei de forma alguma o convite para tomar o café da manhã com eles. Já gosto do Sr. Jarvis e, de fato, me senti muito à vontade para dizer sim, como se já conhecesse a esposa dele há séculos. Acho que algumas pessoas têm o dom de despertar a simpatia imediata em nós. Ana Jarvis é uma dessas pessoas.
Infelizmente, o marido dela teve que nos deixar minutos depois de se sentar à mesa, coitado. Aparentemente, algum problema com um tal Diabo de Rosa destruindo uma roseira no jardim. A Sra. Jarvis me contou que é assim que ele chama o flamingo de estimação do patrão e só pude rir do apelido carinhoso que Bernard recebeu.
Há um lago artificial nos fundos da propriedade e bastante espaço, mas a criatura parece gostar mesmo é de explorar por toda a parte e enlouquecer o mordomo.
Voltando ao café da manhã, de um dia que começou mal, eis aqui o bem que recebi em troca: conhecer uma mulher muito amável e a fornada quentinha de pogácsa que ela mesma preparou.
Pogácsa é uma espécie de mini pão muito macio e saboroso, leve e coberto com queijo gratinado. É muito comum na Hungria, que é a terra natal da Sra. Jarvis. E a guloseima é simplesmente de comer rezando!
— E então? Gostou? — a anfitriã pergunta, um tanto apreensiva.
— Se eu gostei? — rebato, usando a mão para esconder a boca cheia.
Engulo o último pedaço e tomo um gole de café com leite muito saboroso também. Enquanto pego o próximo bolinho, respondo com outra pergunta:
— Sra. Jarvis, será que eu posso tomar café aqui todos os dias? Com a senhora preparando essas maravilhas húngaras sempre? Por favor!
Ela ri e me serve mais café e leite. As bochechas levemente coradas pelo elogio implícito.
— Claro, meu bem. Com uma condição: nada de senhora ou Sra. Jarvis por aqui. Pode me chamar de Ana. Tudo bem se eu te chamar pelo primeiro nome também?
— Claro que sim, Sra... Sem problemas, Ana.
Sem cerimônia, devoro a pogácsa da vez e já fico de olho na cesta que contém mais. Se meu pai ou meu irmão estivessem aqui, diriam que isso não é jeito de uma dama se comportar na casa de alguém que acabou de conhecer, parecendo uma criança esfomeada.
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Gênio Infame, Dama Mordaz
FanfictionDepois de sofrer uma desilusão amorosa, Maria Carbonell prometeu que nunca mais cairia nas garras de mulherengos traidores. Agora, ela só quer seguir em frente de cabeça erguida. Cientista e empresário brilhante, Howard Stark não esconde de ninguém...