Capítulo 9 - Nidia

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-O que aconteceu... ?

Agachada ao lado os destroços, Flora analisava os danos. A pequena nave fumegava. Seu cristal de poder tinha sido quebrado em milhares de outros pequenos fragmentos. Ele brilhava fracamente até perder sua luz esverdeada.

-Nosso foco apenas diminuiu... ele desapareceu. Mas como?

Sentado nas escadarias do esgoto, Gerlon olhava as cascatas da hidrovia. Águas sujas e limpas caiam vários andares abaixo deles até desaparecer na escuridão. No alto, uma faixa de luz azulada iluminava o teto, por onde eles abriram um grande buraco. Destroços de ferro estavam espalhados a sua frente.

-Esqueça isso. Já era. Mesmo se pudéssemos voar seriamos derrubados pela Bearthorn com fogo. E eu prefiro não ficar queimado. Já imaginou viver num mundo onde servem churrasquinho de gato? – Gerlon arrepiou os pelos de sua cauda – Vamos mudar de assunto.

Um caminho iluminado por luminárias seguia-se a frente deles. Do lado o canal dobrava para a direita. Um alto portão de ferro estava aberto alguns passos a frente.

Flora e Gerlon trocaram olhares.

- Muitos vieram de onde você vem, ladrão?

Sirius rangiu.

- É Sirius. Meu nome é Sirius – Ele baixou sua visão. Se sentia culpado por causa do acidente. Se ele tivesse aceitado a ajuda do gatuno antes, eles não estariam naquela situação. Será que era caro aquela moto aérea? –Me desculpe.

-Bem, Flora é especial. Ela se dignou a parceria mesmo sendo uma Norueguesa da Floresta.

Flora se virou para Gerlon.

-Oh? Como um pirata do céu que escolhe roubar através dos esgotos? Você não é nada comum.

-Piratas? Vocês são piratas do céu? – Sirius arregalou os olhos, surpreso. Sua cauda balançava. Então você tem uma nave? Um navio? Uma tripulação?

-É Gerlon. –Ele se pos de pé – Ouça ladrão... Sirius. Se você quiser ver a sua casa novamente, você vai ter que fazer exatamente o que eu disser. Eu, Flora e você. Estamos trabalhando juntos agora. Compreendido, ou quer que eu lata?

Sirius ainda segurava o cristal-tesserato nas suas mãos. Ele apertou e guardou na pochete nas suas costas.

-Nem pense que você vai pegar isso. Ele é meu.

Os olhos de Flora brilharam, como se ela estivesse prestes a pular encima de uma presa. Gerlon balançou a cabeça.

-Isso nunca me passou pela minha cabeça, pulguento. – Ele desceu as escadas e seguiu em frente. Os outros dois o seguiram.

Labiríntico. Era a melhor definição para aquela hidrovia subterrânea. Eles perderam a conta após inúmeras pontes atravessadas e escadas escaladas para os infinitos corredores. Com ótimas audições, eles sentiam as vibrações que vinham dos andares superiores. Espadas, canhões e ossos quebrando.

Sirius ficou o tempo todo pensando naquela pessoa que ele avistara quando estava no alto da ponte. Pelos brancos... armadura... não, não era ela. O palácio avia anunciado que ela havia morrido após a morte prematura de seu marido.

Muitas coisas aconteceram depois da morte do Rei Marley. O poder bélico do reino de Henry decaiu com os meses seguintes. O povo se desmotivou e já não sentiam mais orgulho. Os guardas do reino já não tinham o porque lutar. Economia caiu de forma acelerada. O reinado dos regentes fizeram tudo o que eles puderam.

As Crônicas de EvâniaOnde histórias criam vida. Descubra agora