Capítulo 47 - Marechal Kuma

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Gerlon tinha um olhar fulminante. Ele deve ter pensado em mais de cem maneiras de como iria matar Kuma. Ele não o perdoaria por ter ferido seus companheiros. Aqueles piratas fariam qualquer coisa por Gerlon, e ele faria qualquer coisa por eles, tudo por questão de lealdade. Por amizade. Eles estavam ali, lutando e protegendo numa guerra que não era deles. Cada um deles tinham sim seus motivos para continuar naquela jornada. Uma busca por um tesouro, que agora se tornou uma jornada para salvar o Reino de Henry e evitar uma grande guerra entre duas potencias militares de dois continentes distintos.

Mas Kuma havia passado do limite, ele havia levado o caos e a destruição para todos naquela região. Ele se tornara o emissário do caos, e levado a morte a todos que cruzasse seu caminho com apenas um balançar de suas espadas. Vários companheiros de Gerlon estavam beirando a morte, e a situação era desastrosa.

Gerlon havia um certo rancor dos Marechais de Thiel que Flora e os outros jamais entenderam, e ele sempre fez questão de reafirmar sua raiva. A sensação daquele encontro era mais um acerto de contas de Gerlon e Kuma.

-Se você se mexer, eu atiro na sua cabeça – disse Gerlon, suas pupilas felinas se tornara selvagens.

Atrás dele, Spike e Flora sacaram suas armas. Zafira encarava aquela chacina como um quadro de terror.

-Ah, a nossa princesa fugitiva. Consigo ver que foi atrás do seu desejo de vingança, você foi atrás da Gran-Solaris.

Atrás de Kuma, o Grão-Sacerdote Esdras estava caído no chão, morto. Aquilo fez Zafira e Mikka se assustarem. Gerlon ficou ainda mais furioso. Marechal Kuma continuou:

-Você vai entrega-la para mim. Tarde demais, não acha? Para a sua tristeza eles perderam a sua confiança, já sabem o seu destino.

Marechal Kuma caminhou pesadamente em direção aos piratas. Atrás dele, um ser obscuro e sombrio se materializou como uma sombra, com dois grandes olhos amarelos, mas que logo sumiu num piscar de olhos. Aquilo foi suficiente para despertarem um medo que congelou suas espinhas. Gerlon aparentemente foi o único que não parecia surpreso. Eles já viram antes, nas minas de Bracinzel, a mesma criatura que dominara e controlara Fayene.

-Aquilo denovo... – Disse Flora, assustada, mas Gerlon se manteve firme.

Marechal Kuma balançou sua espada mais uma vez e uma aura enegrecida emanou de sua armadura. O sentimento de morte, vazio e desesperança preencheram o que havia sobrado do templo. Lá fora, Kartacos estava em silêncio. A frota havia se retirado.

-Flora, eu não estou gostando nada disso – Disse Gerlon, enquanto continuava com sua arma apontada para a cabeça de Kuma.

-Aquilo é Brana? É a mesma energia sinistra que controlava Fayene.

A risada robótica e abafada de Kuma ecoou por todo aquela ruina.

-Não. Não, isso é o poder da zezirite. Nós é quem dominamos ela, e não ao contrário! Uma arma forjada por sua sabedoria, concedida aos evanianos pelos deuses! O único a rivalizar contra a lâmina apropriada pelos descendentes reais de Gaiseric! O tolo a fez e a escondeu, e você implorando por migalhas, implorando por um Tesserato velho na tumba de seu antepassado. Ouça! Pangeia, Gondwana e Laurásia elogia o verdadeiro dono da essência do conquistador, o autêntico e derradeiro herdeiro da linhagem de Gaiseric, Leore Klauss! Ele será hábil a vontade dos deuses e trará a história para as nossas mãos, de onde ela jamais deveria ter se perdido! Sua hora está próxima! A nova era de Evânia não tem espaço para um lugar chamado Reino de Henry. A mancha de sangue de Gaiseric, será o pontapé inicial para reescrevermos a história!

Mikka entregou sua gládio para Flora. Ela não teria chance alguma contra aquele monstro assustador que se encontrava a sua frente. Sirius sacou sua espada.

As Crônicas de EvâniaOnde histórias criam vida. Descubra agora