Capítulo 51 - As cavernas de Stalactara

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O grupo já estava de pé antes mesmo do sol nascer. Os primeiros feixes de luz surgiriam no leste em alguns minutos e levaria algumas horas para que o último pedaço de Pangeia fosse iluminado por eles.

Eles haviam dormido em camas de feno e lã confortavelmente, Spike em particular não sabia dizer qual havia sido a última vez que dormira sobre uma cama fofa como nuvem. Ele por um breve instante, havia se esquecido das dores em suas costas e articulações.

-Então, Sirius, o que você me diz de tudo isso? -Exclamou Mikka para o amigo, esfregando as mãos em excitação - não lembro de ter passado uma noite tão tranquila como essa lá na Cidade Baixo. Nada de barulhos de carroças ou gritos de comerciantes, nem reclamações e fofocas de vizinhos!

Se reuniram ao redor da fogueira central do acampamento e comeram bem, havia muita fartura como peixes, galinhas e frutas frescas recém coletadas ali perto. A comunidade de caçadores eram bastante unida nesse quesito, apesar de o foco não ser caçar feras naquele momento. Eles entregaram grandes bolsas de couro, com cobertores, um cantil farto de água e comida, além de alguns outros equipamentos velhos como manômetros e barômetros. Todo o apoio prestado fora recompensado com uma boa quantia em ouro que Gerlon havia deixado para pagar pelas despesas. Apesar de ter deixado mais que o fora usado, ele se recusava a receber o troco, aquilo também não era o foco no momento.

Às oito horas da manhã, eles se despediram do acampamento sob um raio de luz. As mil facetas das dunas e do mar recolhiam-no à suas passagens e distribuíam-no como chuvas de faíscas e respingos de espumas salgadas. A claridade era forte, e a luminosidade branca da areia os cegava abaixo.

Sirius, Mikka, Spike e Zafira carregavam espadas  de ferro, enquanto Flora havia escolhido carregar algumas adagas, enquanto Gerlon escolheu um sabre e um mosquete “bem pirata”.

Eles caminharam por longas horas sobre o litoral. Haviam levado algumas bolsas com alimentos e água para não passar novamente por dificuldades como foi na Necrópole de Cela. Infindáveis dias abaixo da terra, sem o contato com a luz do mundo exterior era algo que eles não poderiam mais aguentar se passassem mais um ou dois dias. Mal sabiam eles…

Quase ao meio dia, finalmente chegaram aos Portões de Helx. Um imponente portão de pedra de quase dez metros de altura, esculpido na montanha e talhados com desenhos. Ou deveria ser os portões, pois agora só havia uma grande passagem que os engolia para a escuridão adentro da montanha. Aquela era a passagem que levava aos caminhos subterrâneos que o antigo rei daquela região mandou construir, já que a passagem original de Helx jazia a milhares de anos no fundo do mar.

Flora consultou o barômetro, que mais se parecia uma bússola. O aparelho marcava os parâmetros normais para o nível do mar. Só havia o nível de uma pressão atmosférica. Mais para frente, precisariam trocar o Barômetro pelo manômetro.

Eles adentraram a caverna a pararam bem diante de enormes pedras que se assemelhavam pilares, sustentando o teto. Zafira teve quase certeza de que avistou uma estátua inacabada esculpida no fundo de uma parede, engolida pela escuridão.

Os musgos cresciam pelo chão e pelas rochas, dando um aspecto úmido e gosmento a elas. Sirius ficou encantado com aquele lugar. Ele era alto e amplo, a luz lá fora não adentrava muito fundo a caverna, o caminho na frente deles seguia para baixo numa inclinação suave e quase imperceptível.

-Ei, você tem certeza que este buraco de coelho realmente é o caminho para Thiel? -Perguntou Sirius.

-Melhor uma lebre visível do que um rato em uma armadilha -Respondeu Gerlon - então se você preferir ir batendo nas portas da frente da cidade, fique a vontade.

-Mas o que vamos fazer, uma vez que já estivermos dentro? -Perguntou Mikka -Não vai dar tempo de encontrar a cidade?

-Nós fazemos o que pudermos para se misturar na multidão. -Anunciou Zafira -Nossos nomes podem ser evidentes, mas nossos rostos estão longe de serem conhecidos.

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⏰ Última atualização: Nov 02 ⏰

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