Capítulo 37 - A selva de Sarin

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A selva de Sarin é uma extensa área que está no limiar das interferências mágicas de Sauropsidia, permanece como sempre foi, intocada pela mão do homem. Embora as Norueguesas-da-Floresta façam suas aldeias dentro desta selva e ao longo dela, os caminhos para seus enclaves são emaranhados e escondidos por enormes árvores e galhos, cipós retorcidos e arbustos. Barreiras em toda a sela também impedem a passagem fácil, pois foram erguidos pelas Norueguesas-da-Floresta para impedi a invasão de estranhos, a benção de seu povo necessária antes de alguém possa passar.

Do alto das grandes árvores, a noite, brilhavam pequenas larvas luminescentes que podiam se facilmente com estrelas no céu. A megafauna única também é um dos pontos altos de Sarin em que seus habitantes precisam aprender a conviver com eles, tais como as Rosas de Cagliostro, sendo uma criatura horrível com pele manchada de verde acastanhado e tentáculos contorcidos, alimentando-se apenas de carne de outras feras da selva, não extraindo sustento da fotossíntese, como fazem as plantas comuns. Favorecendo a furtividade, ela se aproxima de sua presa em silêncio, então ataca sem aviso, engolindo sua vítima inteira. Sua boca está cheia de saliva fortemente ácida, e respirar o miasma que é seu hálito que pode causar envenenamento e loucura. Seus principais alimentos são as grandes hienas infernais, grandes feras com pelagem cinza escura com dentes de cor vermelha, seu focinho possui um único grande chifre apontado para cima que brilha como brasa incandescente; sendo um caçador da mais alta ordem, com um corpo de azeviche e uma aura de feitiçaria sobrenatural, perseguiria sua presa até os portões do inframundo. Originalmente um tipo de hiena, uma dieta constante de criaturas malignas e mágicas o transformou no que é hoje. O chifre afiado em seu focinho e longas presas que se projetam de sua mandíbula superior são como magma preso, e dizem que quando eles morrem, sua cor desbota, tornando-se nada mais além de uma pedra negra e opaca, o que o grupo descobriria após matar alguns que os impedia de seguir em frente.

A selva parecia que os impedia de proposito de seguir em frente, mudando as rotas que eles caminhavam, que inclusive se assemelhavam com pontes suspensas por cabos de aço, quando na verdade eram galhos enormes suspensos por cipós grossos e fortes. As paredes assemelhavam-se a cascas de árvores e musgos, com as mais variadas flores de todas as cores possíveis, indo de azul ao vermelho, passando pelo índigo e até laranjas e amarelas. Nas encruzilhadas que eles passavam, alguns itens e artifícios primitivos podiam ser encontrados, como lampiões que brilhavam a luzes de vagalumes, que se assemelhavam a postes e alguns postos de vigia que estavam vazios. Eles vagaram por um longo tempo em um calor infernal já que toda a selva era abafada e as brisas frescas se perdiam facilmente. Por uma ou mais vezes, eles escorregavam nas escadas talhadas nos troncos por causas dos musgos escorregadios, Sirius e Mikka caíram de cara duas vezes ao subirem e descerem elas. Na frente Flora os guiava atentamente aos caminhos, sempre que eles entravam em uma rota e chegava a lugar algum (ou algum lugar que ela dificilmente não se lembraria) ela ficava emburrada. Atrás deles Spike auxiliava Zafira a caminhar, Gerlon, Sirius, Miikka, Selena, Beat, Dymas e Wyz vinham logo atrás carregando o baú congelado contendo o braço da princesa. Eles só pararam quando em uma das rotas, um selo mágico bloqueava o caminho, ele brilhava num tom azul com várias runas e escritas antigas.

-O que é isso? –Perguntou Sirius.

-A selva impede nossa passagem – respondeu Flora.

-O que nós fizemos? – Perguntou Zafira.

-Nós? Não, o que eu fiz – respondeu secamente Flora, dando meia volta e procurando outra rota segura para chegar em casa, aqueles joguinhos, caminhos que levavam a lugar algum e selos mágicos impedindo sua passagem já estava deixando irritada. Ela desceu um lance de escadas que se encontrava a direita deles, Gerlon a seguiu enquanto os outros encaravam o selo.

As Crônicas de EvâniaOnde histórias criam vida. Descubra agora