As Crônicas de Evânia

Capítulo 26 - Bastardos Inglórios

Naquele mesmo dia, Ferecks havia retornado para Capital Império. Ele tinha sido acompanhado por um de seus companheiros da resistência. Eles estão por toda parte.

Ferecks tinha um vice-comanande em sua ausência, a gata Gile. Ela era sua fiel companheira após Spike ter sido capturado por Thiel anos antes. Ela comandava a Ordem com inteligência, mas também com um certo grau de arrogância, não por opção, mas para a atividade e lugar que ela foi concebida a fez se impor sobre os outros. Certa vez, participou de uma campanha no Árido-Sul contra os habitantes de Madrash, numa disputa territorial para obter uma grande mina recém descoberto. O povo de Madrash reivindicou a mina sob seus domínios. Thiel comandando Henry, enviou um grupo de soldados especializados em assassinatos para tomar a mina, a general Gile foi aclamada após a missão após derrubar as forças inimigas com um esquadrão três menor. Isso se deve ao treinamento especial que ela teve com Ferecks ao longo de anos, onde ele a ensinou tudo que sabia.

Marlow se encontrava muito nervoso sentado numa cadeira de madeira, isolado de uma sala. Aquele pobre cabrito de barbas desgrenhadas e enormes orelhas choramingava a todo instante. Do lado de fora movimentações nervosas iam para lá e para cá.

Gile se aproximou da porta e pôs a mão na maçaneta.

-O capitão ainda não...

-Não, ainda está sendo mantido em segredo. - Avisou um dos guardas-porcos que fazia a segurança do prisioneiro.

-Tudo bem. Então, quando quatro olhos voltarem, vamos silenciosamente... -Disse Gile, ela trajava uma armadura tipicamente henryniana.

Sua orelhas se mexeram e alguém abriu a porta.

Ferecks entrou calmamente na sala, fazendo todos ali se espantarem com sua presença. Ninguém saberia dizer se o medo que sentia era pela aura intimidadora do capitão ou da sua gigantesca espada que ele carregava em suas coscas, a tão famosa batizada "racha escamas".

-Capitão?! Ah- hum... Achei que você ia ficar em Arrokoth por um tempo...? -Disse Gile.

-Onde está Marlow? A vigilância que encomendei em Marlow revelou alguma coisa? -Disse o lobo - Eu ouvi... que ele já estava confinado e sendo interrogado.

Gile e o soldado porco engoliram a seco. Eles estavam aparentemente nervosos.

"Vazou para o Capitão?! Não há controle de informações..." Pensou Gile.

O soldado porco guaguejou.

-A... A sala dos fundos.

Um outro soldado porco, maior e mais gordo ( e mais fedorento também) se aproximou dele.

-Capitão... Sua espada... eu cuidarei dela.

Ferecks hesitou por alguns instantes, mas concordou.

-É claro. -E a entregou. -Vocês todos fiquem aqui. Quero falar com Marlow sozinho.

Os guardas da porta abriram caminho e Ferecks entrou.

Marlow comia duas latas de alumínio desesperadamente, afim de amenizar seu nervosismo. Ele viu seu capitão e arregalou os olhos.

-Capitão! Você entendeu errado! E-eu não trairia...

Ferecks caminhou calmamente para um caixote velho e se sentou. Sem dizer uma única palavra, sem sequer trocar olhares, Marlow começou a tremer.

Ferecks cruzou os braços e Marlow se debulhou em lagrimas.

-Por favor acredite em mim!

-Marlow, me perdoe.