Capítulo 46 - Ataque ao Monte Burlmugaron (Parte 3)

8 1 0
                                    


-Porquê você está todo ferido? Você nunca foi tão descuidado assim – disse Amirah, enquanto encarava o olhar cansado de Folgo.

-Eu... eu... – sua emoção era grande. Ele ainda não acreditavam no que seus olhos estavam vendo.

-Está tudo bem, depois você me fala. Precisamos sair daqui o mais rápido possível. Porque vocês estão aqui?

-É um prazer conhece-la – curvou-se Seal, sendo cordialmente. – estamos procurando por alguém importante para nosso companheiro Dymas e estamos esperando nosso capitão.

-Capitão? Você se aliou a piratas do céu?

-É uma longa história – disse Folgo.

Atrás deles, uma bola de fogo explodiu fortemente, fazendo o grifo voar para longe.

Eles avançaram para a rua, apenas para encontrar mais monstros no portão. Três ciclopes resmungaram e balançaram as prodigiosas maças de guerra; qualquer pancada teria espalhado seu cérebro pela rua, mas não era isso que preocupava eles. Mesmo quando desviava deles, as maças criavam enormes buracos nas paredes. As estruturas já frágeis estremeciam com cada golpe. Nos telhados acima do pátio, esqueletos arqueiros se reuniram no mesmo lugar, começando uma chuva de flechas em chamas que acabaram com qualquer esperança de recuar.

Um breve olhar sobre o ombro foi o suficiente para aumentar o seu senso de perigo: agora, chegando para apoiar os ciclopes, havia seis minotauros, espalhando-se para preencher todas as lacunas.

Eles os atacaram. Todos de uma vez.
Preso entre os arqueiros e a combinação das forças dos minotauros e ciclopes, eles não viam saída.

Mas eles não estavam prontos para morrer. Não ainda. Não quando ele acabou de reencontrar a pessoa mais importante na sua vida.

-Venham, então! – Dymas rugiu – Venham e morram!

Dymas bloqueou uma machadada de um minotauro e avançou, cortando o tendão de um ciclope. A ferida deixou o monstro coxo, mas, enquanto ele mancava de volta, os outros dois se aproximavam para se juntar a batalha.

Folgo e Amirah saíram do alcance de outro golpe do ciclope, capaz de tremer a terra, e começou uma constante evasão. Os minotauros haviam desistido de usar seus machados em favor de lanças, com as quais eles poderiam atacar sem ficar no caminho dos ciclopes; um deslize iria deixá-los tão cheio de buracos quanto um ralador de queijo. Eles coordenaram seus ataques como uma unidade bem treinada e experiente.

Eles eram apenas mortais contra miríades de criaturas oriundas do Inframundo, mas foram eles que partiram para o ataque.

-Saiam do meu caminho ou morram onde estão! – gritou Folgo, e em seguida, assumiu o compromisso de tornar real sua ameaça presunçosa. Atrás dele, Dymas, Amirah, Seal e Beat o seguiram, fazendo uma nova chacina.

Beat deslizou entre os ciclopes e desferiu um poderoso golpe de sua lâmina gelada no peito do minotauro mais próximo. Numa nova força e novo poder fluíram da lâmina gelada, quando sua lâmina congelou o sangue do homem-touro. Ele rodopiou para imobilizar outro ciclope, mas o enorme monstro era mais rápido do que parecia. A criatura de um olho só aparou o ataque com sua maça, protegendo-se da lâmina entre eles; em seguida, deixou cair sua maça e envolveu o tórax de Beat com seus braços. O ciclope espremeu até que as costelas do pirata começasse a rachar e nuvens de trevas cobriram sua visão.

O ciclope rugiu em triunfo, até que seu olho solitário focou no rosto do pequeno pirata.

Beat estava sorrindo.

As lâminas desceram na junção do pescoço e dos ombros do ciclope, Folgo e Amirah esculpiram um “V” sangrento até encontrarem o coração da criatura monstruosa. Beat liberou sua espada para atingir a cabeça do ciclope, que ainda piscou o olho em espanto, depois atirou-a, juntamente com grande parte da coluna da criatura, na direção das lanças pontudas dos minotauros.

As Crônicas de EvâniaOnde histórias criam vida. Descubra agora