Capítulo 46 - Ataque ao Monte Burlmugaron (Parte 4)

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Atrás deles, Sagitta desceu dos céus e pousou perto deles, e recolheu suas asas. Ela trazia consigo sua arma sniper. A discussão com o guardião estava acabada, mas eles ainda tinha o problema da travessia do abismo. Folgo fez uma careta para a manivela. Aquele era certamente o momento certo para montar uma harpia domada. Ou até mesmo uma coruja. Se eles realmente tem que chegar ao Oráculo, ela deveria pelo menos oferecer montarias aladas como aquelas que habitavam aquelas cordilheiras.

-Mas o que... – Amirah arregalou os olhos, assustada.

-Porque você fez isso? – Perguntou Beat, incrédulo.

-Estamos com pressa, não temos tempo a perder com alguém que nos está impedindo – respondeu Sagitta.

-Mas não era necessário matá-lo!

-Somos piratas, esqueceram? Piratas não são salvadores, nós roubamos e matámos porque é isso que nós fazemos!

-Mas...

-Chega – respondeu Dymas – não temos tempo. Não podemos chorar pelo leite derramado, não conseguimos salvar a todos aqui. Resolvemos isso depois.

Nem harpias amigáveis, nem outras criaturas aladas fizeram  uma súbita aparição. Wiz fez novos sinais de mãos e novos relâmpagos crepitaram em sua mão direita.

Ela deixou-o voar até a manivela, explodindo-a até virar sucata. As correntes enormes emitiram um som agudo enquanto a ponte levadiça descia. O estampido finalmente apagou os ecos da morte do guardião.

Wiz fez uma pausa para julgar a lacuna restante. Oito ou nove metros, não mais, mas um mau julgamento da distância significava suas mortes nas rochas abaixo.
Eles precisaram de alguns passos para dar o impulso e se atirou para o ar. Enquanto voavam em direção aos destroços do final da ponte, outro assobio vindo do céu elevou-se a um guincho. Eles alcançaram o final da ponte, seus dedos agarraram lascas de madeira e pedras, e virou-se em um salto para trás que os deixaram em uma estrutura um pouco mais sólida e um pouco mais próxima do templo. Dymas olhou o guincho e viu outra bola de fogo voando, vindo diretamente para eles. Mesmo que sobrevivessem ao fogo, ela certamente destruiria a ponte; Dymas e os outros não tinham vontade alguma de acompanhar o guardião e acrescentar seu corpo a pilha sangrenta abaixo.

Agindo institivamente em vez de decidirem conscientemente, Wiz soltou outro relâmpago de sua mão, cortando os ares para chocar-se com a bola de fogo.  A detonação espalhou a bola de fogo por todas as direções. Wiz se virou para evitar que pedaços de piche escaldante chovessem sobre ele. A última coisa de que eles precisavam eram de mais cicatrizes e ferimentos em seus rostos. Alguns atingiram o piso da ponte e inflamaram.
Wiz levantou um grande escudo mágico.

Eles saltaram para o outro lado, correndo para superar a velocidade das chamas, mas antes que eles pudessem chegar a segurança das pedras, eles sentira a estrutura vacilar sob o seus pesos, tremer e, por fim, desmoronar. Os piratas escalara as pranchas ardentes como se fossem uma escada, mal atingindo o caminho rochoso antes da ponte despedaçar-se e cair no abismo.

Dymas olhou de volta para a abertura rochosa por um breve momento. Pelo menos, o guardião devia estar sorrindo no Inframundo. Nenhum monstro atravessaria aquele precipício, a menos que pudesse voar. Eles viraram-se e seguiu em frente.

O caminho íngreme tornou-se uma escadaria que levava direto para o topo da montanha. Na cúpula, erguia-se uma estrutura vasta, de muitos níveis, três ou quatro vezes o tamanho do templo de Esdras abaixo e dez vezes a altura, todo construído com elegante mármore e folheada com mais puro ouro montanha adentro.

Enquanto subiam os degraus, sons de batalha vieram de cima. Eles se endireitaram e cada um empunhou suas armas, que assobiaram e deixaram uma trilha de faíscas. Folgo e os outros empregaram os passos em direção ao templo rápido e silenciosamente, movendo-se tão furtivamente quanto podiam, até encontrar a fonte do barulho de espada contra espada.

As Crônicas de EvâniaOnde histórias criam vida. Descubra agora