Capítulo 24 - Marechal Urie

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A pressão mudou de repente. O ar ficou mais denso. A simples presença de um Marechal era o suficiente para deixar legiões inteiras de soldados despreparados, com medo.

Poder emanava de sua armadura. Sua respiração embaixo daquele elmo, soava com um som robótico e pesado. Ele trazia duas grandes espadas imperiais. Sua capa negra esvoaçava sutilmente. Ao fundo, os alarmes foram diminuindo, mas não por completo.

- Junto com esses prisioneiros... eu não queria acreditar, mas só posso dizer... – Disse o Marechal encarando Selena.

Ferecks empunhou sua espada e avançou pra cima de Selena, tornando-a sua refém. Ele pos suas espada na garganta dela.

- Chegue mais perto e a garota morre!

-Mas que diabos você está fazendo? –Perguntou ela.

Os guardas thieldianos se mantiveram em silêncio, os encarando.

Marechal Urie deu dois pequenos passos.

- É inútil, Capitão. Lord Selena, como toda a família Klauss sabe o que é nascer no Império. Aqueles que não têm poder, e desobedecem a lei, serão condenados à morte! Esse é o jeito de Thiel. E mais nada importa.

Selena o encarou sem acreditar naquelas palavras. "O império é mais importante que eu?" indagou. De fato, ela sabia que o governo de Thiel se dá na base da força. Milhares de anos antes, o império sempre foi comandado por mãos de ferro de diferentes dinastias. Porque ela achou que ela seria diferente?

Um outro soldado se aproximou à esquerda do Marechal Urie.

-M-Mas senhor...

Antes que pudesse terminar a frase, o Marechal balançou sua espada e o arremessou contra a parede, e reduziu sua armadura a estilhaços de ferro.

- Covarde. Assista bem. Esta é a personificação da lei imperial... O poder de um Marechal!

As espadas começaram a brilhar. Um vento forte correu pelo corredor da Bearthorn como uma tempestade. Ele as uniu no alto e então uma esfera avermelhada surgiu como um pequeno sol. Ela emanava calor, produzia raios e ecoava um som estridente de trovão. Ela foi ficando cada vez maior enquanto os trovões se multiplicavam ao seu redor. Com um gesto, o Marechal a arremessou em direção de seus inimigos.

Como um flash de luz, aqueceu o ar ao redor deles. Arrepiava os pelos de todos ali. A morte parecia certa, tamanho poder de um único Marechal? Parecia ser ridículo a força dos soldados de Thiel. De repente o cristal nas mãos de Mikka começou a brilhar. Uma barreira de energia os cercou e absorveu todo aquele poder. O cristal parou de brilhar e a barreira sumiu, assim como os ventos e os trovões.

-O evaniarite... absorveu... aquele poder? – Perguntou Sirius, incrédulo.

-O que foi isso? –Perguntou Mikka.

Todos olharam para as mãos de Mikka. Ela o apertou ainda mais entre seus dedos, enquanto ele emanava um calor confortável.

Ferecks engoliu seco. Spike avançou.

-Era o que eu estava precisando!

Num piscar de olhos, o velho cão investiu vários metros e aterrissou na frente do Marechal.

Com sua espada, ele desenhou um arco violento e feroz. O marechal se defendeu de uma forma atrapalhada, mas a tempo de bloquear o ataque. Com outro movimento, Spike atacou com mais força ainda, fazendo o Marechal ser jogado alguns metros para trás e caindo por cima de alguns de seus soldados.

As Crônicas de EvâniaOnde histórias criam vida. Descubra agora