Capítulo 36 - A herança de sangue da Família Klauss

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Leore encarava seu pai seriamente de frente ao seu trono. O velho leão agora repousava em uma grande cadeira de mármore no salão principal. Sua juba mostrava sinais de uma saúde fraca e debilitada, constantes quedas revelavam cabelos grisalhos aos montes, e aquilo de fato, não preocupava Leore, ele sabia já do que se tratava tal chamado de emergência após a perda de Bearthorn e sinceramente, para ele tanto faz. De pé e com as mãos para trás, o velho rei encara seu filho com um olhar sublime de compaixão e ao mesmo tempo rigidez. 

-Essa crise não acabaria, se eu não fosse persistente e perspicaz. O Senado odeia simples fato da Casa Klauss exista, e por necessidade, temos que encontrar uma razão para silenciá-los. Esses insetos fazem muito barulho. – Disse Leore, friamente firme. 

Lord Garant arqueou sua sobrancelha.

-Necessidade? Ah, sim... necessidade... Eu fico me perguntando, meu filho: essa palavra o liberta? Ela tira o peso das correntes que o Senado amarrou em você? Você não mostra nenhuma hesitação para resolver questões com sangue.

Leore encarou os enormes estandartes erguidos acima do trono. As heráldicas reais cresceram para cima daquele jovem príncipe, mas ele pareceu não se importar muito com isso.

-A espada da Casa Klauss não pode ser deixada enferrujar em duvidas, meu pai. Foi você que tem guardado aquela espada.

-Então... é essa a sua ideia de vingança? 

-É  a minha ideia de necessidade. Se não agirmos agora, não é só o nosso futuro, mas o senhor também está em perigo. Nosso inimigo está lá fora tramando contra vossa queda e você não faz nada. Essa guerra de sucessão eu apenas vejo como brincadeira de criança.

-Então você iria sujar suas mãos, para manter-se limpo? 

-Minhas mãos já estão manchadas de sangue. Não vejo motivos mais para esconde-las agora. 

Lord Garant fechou os olhos e suspirou fundo. Ele entendeu em fim, as armações de seu filho e de que tudo que ele é capaz, por ele, pela Casa Klauss, por Thiel. Leore sempre esteve a frente de todo o império desde do inicio da campanha em Pageia, e por tudo que ele finalmente conquistou, foi por mérito próprio. E de repente, ele já não enxergava mais seu filho como o mesmo de cinco anos atrás, era alguém diferente que estava ali na sua frente, alguém trajado como seu filho, capaz de tudo por poder e caos.

-Então é assim. É assim que a Casa Klauss vem vivendo nos últimos séculos. 

Aquela semana foi bastante movimentada para o senado de Thiel. Primeiro a perda da frota Bearthon deixou um grande buraco no exercito, muitos temiam que isso levantasse a moral de Élnides e de possíveis reinos rebeldes crescessem nos confrontos na luta contra o império. Segundo foi  o grande impasse sobre mover uma parte das forças de Sinédrio e Levier para Pangeia, mas o front de batalha em Gondwana não ia tão bem quanto lá. A campanha em Pangeia requeria muitos esforços e suprimentos, a campanha não estava saindo barato, porém dava resultados e retornos.

Um comunicado foi acionado para que todos os Marechais retornassem a capital o quanto antes. Então, no dia marcado, um a um os Marechais foram chegando, os dois primeiros a chegar foram o Marechal Kuma, conhecido por ser o mais violento e sanguinário Marechal do império, dizem que ele ama guerras e conflitos e que sempre toma a linha de frente dos combates, acreditando que a força é o melhor meio de conseguir e controlar o poder, e por isso apoia todas as decisões de Leore. Seu porte forte e avantajado faz com que ele se pareça uma enorme muralha ambulante, pertencente a raça dos ursos de Kodiak, sua família presta serviços ao exercito a cinco gerações, usava uma típica malha preta e prateada, um elmo de boca de sapo e uma capa preta suja e rasgada com o símbolo do Império de Thiel em vermelho. Em comparação com os outros Marechais, a sua armadura cinza tinha algumas manchas secas de sangue e arranhões de seus conflitos, alguns detalhes em branco e gola e pescoço enfatizados. Seu capacete apresentava saliências semenalhante a pontas no formato de uma besta sanguinária e ele nunca a lavava ou mudava pois sempre disse que pode ouvir os gritos de lamentos e desespero de suas vitimas o estimulava para a próxima chacina. Os traços definidores mais marcantes são sua crueldade e brutalidade que ele se orgulha do poder acima de tudo. Kuma defende Leore como um forte aspirante ao trono por suas crueldade infames e o declara por muitas vezes, como o “verdadeiro” rei da linhagem real por usar o poder dos Tesseratos. Não se simpatiza com a Marechal Lexa, e não esconde suas intenções quando vive afirmando que ela é uma traidora do trono e não faz questão de esconder seu incomodo por ela, já que ela despreza um outro Marechal que Kuma tem um grande respeito.  Durante a invasão e a batalha de Itorama, lutou contra Ferecks e suas tropas terrestres, mas que serviu apenas de estratégia para manter os esforços de Henry longe das Fortaleza de Yanilad a tempo de Thiel derrubar as torres de magia que protegiam a Fortaleza.

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