Capítulo 40 - O caminho para o Monte Burlmugaron

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A Selva de Sarin se comportava como um grande ser vivo que se multava e alterava seus caminhos e passagens com névoa e galhos retorcidos. Tal comportamento é explicado por antigas lendas sobre criaturas tão antigas que até o próprio tempo também já se esqueceu deles. Os povos Gimnis acreditam que cada floresta existente no mundo, um dia já foi um ser vivo originado das forças do planeta, por isso elas são mutáveis e vivas. As próprias norueguesas contam lendas que elas dizem ter escutado da própria selva, que antes de morrer, Sarin era um grande ser preservado pelo mundo e vagava aos montes com os outros de sua espécie. Era um espírito que morreu a éons atrás, e Evânia o reanimou agora como uma floresta e ele tornou-se finalmente um só com o mundo como resultado. Seu espírito ainda serve como protetor da floresta, atacando qualquer intruso que ameace sua fonte de vida. O possuidor do Namida ecólita pode passar por seus caminhos com a proteção da floresta, o amuleto age como um símbolo de amizade e proteção. Quando morreu, seu corpo se transformou em pedras, gramas e plantas. Muitas eras após seu perecer, as coisas vivas da floresta cresceram nela, dando-lhes alimento e neutralizando a corrupção de sua carne até que se levantasse novamente. Enquanto isso, compartilham corpo e alma com a floresta e outros seres vivos, sendo bem hostil contra intrusos com intenções maliciosas. 

A Bichano voava a toda a velocidade para as terras gélidas no hemisfério norte de Pangeia, muito ao norte da linha Indominus que divide Evânia em dois hemisférios.  Eles viajavam para a cordilheira de Trivandrum, onde uma garganta feita por montanhas altas fazem uma rota terrestre para chegar no Monte Burlmugaron. Já no território do reino Falconia, compreende uma grande ravina que atravessa as montanhas de Kravaattii, onde esta é uma terra árida, coberta de gelo e neve profunda. As conchas gastas de aeronaves penduradas no rio congelado, onde aqui e ali pode ser vistas as ruínas de grandes cidades construídas durante os anos da Aliança de Ninbelungo. Muitos estudiosos acreditam que Kravaattii já foi uma terra rica e verdejante, e que uma mudança climática provocada pela Brana a transformou  numa terra fria e severa que ela se encontra hoje. A própria cordilheira emana Brana, causando oscilações mágicas como o Mar D’ouro e o reino de Sauropsidia a oesta do continente, mas aqui as oscilações são mais fraca, não suficiente para tornar seus céus impossíveis de navegar, mas confundindo ou atrapalhando radares e bússolas para aqueles que procuram se aventurar por aqui. 

O clima da cordilheira e de Kravaattii são apenas três diferentes: Ensolarado, Nublado com o céu cinza e manchas de neves no ar ou nevascas violentas, e é nesse climas que geralmente costumam aparecer o que o nativos daquela região chamam de “Genovas Frias” . Espíritos gelados das nevascas congelantes daquela cadeia montanhosa do norte. A vinda desses espíritos é percebida de forma diferente pelos vários povos de Falconia: para alguns, é uma coisa sagrada, abençoada e efêmera como as passagem das estações; para outros, é o prenúncio de tempos difíceis. Na verdade, os períodos de frio visitam os locais onde esses espíritos se reúnem, mas pesquisas sobre a natureza precisa descobrir sua real relação com o clima congelado, por assim dizer, e desd de então, há séculos não há novas descobertas. Costumam estar sempre acompanhados de uma esfera branca brilhante muito maior do que elas próprias, como se fossem seu mestre. Essas esferas maiores são conhecidas em toda Evânia como “Genovas Brancas” e podem ser encontradas em todos os ambientes do mundo, e cada habitat que se encontra, uma leve alteração em seu brilho muda, assim como o elemento em que ela é adaptada, mas  sempre com uma forte luz branca. Contos e lendas sobre suas origens são muitos, desde de serem anjos do Demiurgo Yurifon até antigos espíritos trapaceiros que vagavam pelas florestas vários milênios atrás, que em vida, faziam os viajantes perderem o senso de direção e protegia os animais e as florestas daquela região. 

Do horizonte, as montanhas já podia ser vistas mesmo a milhares de quilômetros, voando ainda mais alto que o navio pirata, um grupo de aves brilhantes sobrevoavam a toda velocidade, eles se separaram e cada um seguiu para um pico diferente. Aqueles eram Garudas Azuis, vivendo apenas nos picos mais altos e gelados, sua dieta é feita exclusivamente de serpentes. Nas ravinas abaixo deles, sobre o grande rio congeladouma matilha de grandes lobos chifrudos de pelagem cinzenta corria ao longo de sua extensão. Sendo uma variedade de lobo adaptada a vida em regiões montanhosas congeladas, com longos pelos cinzentos para protegê-los do frio intenso e camufla-lo contra a neve, seus olhos azuis brilhantes podem ver até mesmo na nevasca mais feroz, útil para julgar a posição dos outros na matilha ao coordenar ataques. 

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