Entre as sombras || Nara Shikadai

Capítulo 51

*Autora pov*

Cinco anos se passaram desde que Shikadai pediu Akemi em namoro, muita coisa mudou desde então, três meses depois do ocorrido em Taiyou, Akemi voltou ao seu cargo de capitã do esquadrão alfa da Anbu e ao completar a maioridade, comprou um pequeno apartamento perto da casa de seus pais e não muito longe da sede da Anbu, Shikadai se empenhou ainda mais em seus trabalhos como shinobi de konoha e agora era reconhecido por todos, um jounin muito forte e de uma inteligência surreal.

Boruto e Sarada começaram a namorar,  Inojin embarcou em uma viajem com o objetivo de estreitar os laços de Konoha com outras vilas.

Hoje, uma figura loira com uma máscara da Anbu, pulava com agilidade os telhados da vila, Akemi estava ansiosa, era o seu dia de folga, tudo parecia calmo até que ela recebeu um chamado da sede.

Poderia ser algum problema ou algo ainda maior, ela se arrumou rapidamente e saiu de casa, olhava de um lado para o outro, buscando sinal de alguma ameaça porém nada encontrou.

A capitã finalmente adentrou a sede, tentando ao máximo não transparecer a sua preocupação.

Ela foi guiada até a sala do seu chefe e deu leves batidas até que ouviu um: "pode entrar"

Calmamente ela se aproximou e sentou-se em uma cadeira à frente do homem de aparência cansada.

*Akemi pov*

- Akemi, fico contente que tenha vindo tão rápido, gostaria de lhe fazer uma proposta. - Eu o olhei com cuidado e retirei a minha máscara, ele sabia quem eu era, não seria necessário cobrir meu rosto.

- Sabe...eu tenho estado aqui na sede, dia após dia, Inojin está fora da vila e ultimamente a minha esposa anda se sentindo muito solitária, tem vezes que ela vai dormir sozinha pelo fato de eu estar aqui. Pensei muito e cheguei em uma conclusão, Akemi...quero que você assuma o meu lugar e se torne a próxima líder geral da Anbu, você se mostrou alguém muito competente, mesmo sendo tão jovem e eu sempre estarei a disposição caso você precise da minha ajuda. - Eu o encarei boquiaberta, Yamanaka Sai estava me pedindo para que eu o sucedesse, esse era um sonho meu desde que entrei pra Anbu há sete anos atrás. 

Não sei por quanto tempo fiquei apenas o encarando, estática, até que ele resolveu falar novamente.

- E então Akemi? Qual a sua resposta? 

- Capitão...esse foi meu sonho durante anos e finalmente está se concretizando, é claro que não me sinto 100% preparada mas...farei o meu melhor para atingir todas as suas expectativas. - Eu estava a ponto de desabar a sua frente...era um sonho...uma promessa que a Akemi de quinze anos fez e agora, eu estava cumprindo aos 22 anos.

O anúncio seria feito no dia seguinte, eu estava muito feliz, não sabia ao certo se eu chorava, sorria ou dava pulinhos.

Ao chegar na rua do meu pequeno apartamento, notei uma movimentação estranha na parte de dentro...era impossível alguém ter entrado lá já que Shikadai estava em uma missão e só voltaria no dia seguinte.

Puxei uma kunai e resolvi entrar pela janela pra não chamar a atenção da pessoa que estava lá dentro.

Estranhamente, todas as luzes estavam apagadas e meu apartamento estava envolto em sombras.

Mesmo sem enxergar, consegui sentir o chakra da pessoa e em um movimento rápido, o imobilizei e o joguei de bruços em cima do tapete da sala, coloquei meus joelhos em um ponto de sua costa que seria impossível dele se soltar e segurei seus braços.

- O que você quer? Quem é você? - Perguntei ainda o apertando com força contra o chão, porém notei que havia aplicado força demais e acabei impossibilitando a fala do suspeito e afrouxei o aperto.

- Anjo...e-eu não consigo respirar. - Era o Shikadai...o soltei rapidamente e liguei as luzes novamente.

Eu estava com a mente tão inebriada que não notei que era o chakra dele que estava presente naquela sala.

Ele se levantou e começou a rir mas quando olhou a minha expressão, seu rosto ficou pálido e ele se afastou de mim com medo de que eu partisse pra cima dele.

E foi exatamente o que eu fiz.

- SHI...- Acertei um tapa em seu ombro. - KA... - Mais um tapa. - Dai...- Quando eu levantei a minha mão novamente para acertar outro tapa em seu braço, ele conseguiu desviar e me pegar pela cintura.

- Anjo, calminha ai, eu não sabia que você iria aparecer pela janela que nem uma doida e tentar me matar. - Ele sorria enquanto me encarava.

- Mas eu te disse que pelo trabalho que eu tenho, as surpresas geralmente envolvem inimigos da vila, psicopatas e ladrões, então eu fico meio desconfiada as vezes, me desculpa... - Olhei pra ele com a minha melhor expressão de cãozinho abandonado.

- Ah anjo você sabe que é impossível ficar chateado com você. - Ele riu da minha expressão e beijou delicadamente o meu nariz.

O que era pra ser apenas um gesto de carinho, acabou se transformando em algo mais profundo e agora nos beijávamos intensamente.

Shikadai se sentou no sofá e eu rapidamente subi em seu colo.

- Uau anjo, você está muito animadinha pro meu gosto, eu posso saber o motivo? - Shikadai disse depois de nos afastarmos pela falta de ar.

- Amor, eu consegui!! - Ele me olhou intrigado pela minha fala nada objetiva.

Expliquei a ele sobre o ocorrido da manhã e ele prestava atenção em cada palavra.

Quando contei sobre o cargo, ele abriu um grande sorriso e me puxou para um abraço.

- Você merece anjo, sempre foi seu sonho e você trabalhou incansavelmente durante sete anos, foi uma conquista e tanto. -  Ele falava enquanto se levantava e me deixava deitada no sofá.

-  Isso merece uma comemoração!!  - O encarei perplexa e levantei a minha mão em direção a sua testa pra verificar se ele não estava com febre.

Shikadai sugerindo uma festa? Isso sim era muito estranho e mais uma vez o meu sexto sentido me deixou em alerta.

Algo estava errado, muito errado.