Capítulo 69

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AVISO DE GATILHO: Suicídio (passado)

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Após quase dois meses, Seokjin podia finalmente dizer que não sentia mais dores na costela. Então, eles voltaram para a cidade. Como Moonbyul vinha ajudando desde o início, entregando relatórios como antes e até dando algumas pistas furadas, as coisas passaram despercebidas, porém, Seokjin sabia que quem tinha mandado o matar, provavelmente estivera o vigiando todo aquele tempo. Era um risco voltar para o seu apartamento, porém não podia viver para sempre na casa do sogro.

Aos poucos, as coisas foram voltando ao normal. Seokjin ia para a boate, mas voltava antes do final do expediente, sabendo que seus funcionários — os de Chul, na verdade, mas podiam viver no fingimento —, iriam fechar para ele.

Porém, com o passar dos dias, começou a perceber que Namjoon sempre voltava com um olhar triste para o apartamento, que tentava disfarçar com algum ponto divertido do seu dia, contudo, Seokjin sabia o ler melhor do que aquilo. Assim, quando acordou naquela manhã, ficou fitando o teto e esperando Namjoon acordar com o despertador. Tal coisa ocorreu alguns minutos depois.

Namjoon se moveu na cama, bocejando e olhando para o lado, ficando surpreso ao ver Seokjin o encarando.

— Oi, amor... Acordou cedo — Namjoon disse baixinho, dando um sorriso. — Não conseguiu dormir, anjo?

— Eu acordei de propósito, queria falar com você.

— Hm... Sexo? — o namorado perguntou, com um sorrisinho. — Temos tempo... Você quer que eu te chupe?

— Namjoon... Você está estranho. — Seokjin suspirou. — Amor, me diga o que está passando nessa sua cabecinha linda, hn?

— Eu não 'tô estranho.

— Nem tente fingir, amor. Sou da Inteligência Coreana, sei quando mentem para mim.

Namjoon revirou os olhos, Seokjin sempre falava aquilo de brincadeira. Porém, o outro tinha razão, ele estava estranho, tanto com o namorado quanto com todo mundo. Assim, resolveu ser sincero.

— Eu 'tô com esses sentimentos... — disse Namjoon, passando a língua no lábio inferior, pensando por um momento e então se virando para o namorado e o encarando outra vez. — Nós passamos quase dois meses na casa do meu pai, com Bambam e tudo mais e isso me parece errado.

— Errado?

— Eu não sei explicar, mas... essa parte da minha vida 'tá toda escondida dos meus pais. Quer dizer, depois que conheci Chul, eu nem falo mais direito com eles e eu não quero isso, não quero ser um estranho para as pessoas que me criariam e eu amo — explicou. — E, bem, Tae levou Jimin há umas semanas para conhecer nossos pais e isso me deixou meio balançado... Acho que eu quero fazer o mesmo, sabe? Com você... mas eu entendo se não for possível.

— E isso é muito importante pra você, não é? — Seokjin questionou sem desviar os olhos do namorado.

— É

— Então vamos fazer.

— N-não... Está tudo bem s-se...

— Joonie, eu quero, okay? Eu espero que você entenda que não podemos contar tudo para os seus pais, mas... conhecê-los não vai fazer tanto mal assim e eu quero mais do que tudo fazer aquilo que te deixa feliz. — Seokjin deu um sorriso. — Eu só não posso te oferecer o mesmo... Não quero nunca mais ver os meus pais.

— Amor! V-você tem certeza? Eu não quero te forçar a nada.

— Eu tenho certeza, Joonie.

O sorriso de Namjoon iluminou todo o quarto.

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