Capítulo 65

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AVISO DE GATILHO: Estupro (beijo forçado); Abuso psicológico; Pensamentos depressivos e ansiosos.

AVISO DE CONTEÚDO: Manipulação; Visão distorcida da realidade; Agressões físicas; Conversa sobre o uso de remédios.

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Hoseok saiu da terapia sentindo-se cansado, mas sabia que tinha que ir ao mercado de uma vez, pois não tinha quase nada na geladeira e entrar no final de semana sem petiscos para ficar comendo enquanto lamentava sobre a sua vida era pedir para sofrer. Assim, sem muita demora, estacionou o carro no mercado mais próximo e revirou sua lista de compras mental, seguindo o bastante desanimado pelo local.

A cada dia que passava, sentia-se mais sozinho, mesmo sabendo que não estava realmente assim. Sua irmã passava praticamente todos os dias para o visitar e Yoongi também, porém nada parecia mais igual e isso o matava por dentro. Havia dito tal coisa horas e horas durante as terapias, porém, nada parecia ajudar e somente queria que aquele sofrimento o deixasse outra vez. Era tão acostumado a ser sozinho antes, mas desaprendera quando começara a se envolver com Yoongi e Jungkook. Agora, tudo estava fora do lugar e do seu alcance.

Suspirando pesado, passou pelas prateleiras, pegando o que parecia necessário ou lembrava de estar faltando, sentindo todo o processo ficando cada vez mais cansativo sempre que fazia. Seu peito parecia mais pesado sempre que via alguém o olhando ou sussurrando em sua direção. Talvez nem fosse sobre ele, provavelmente nem era, porém sua mente parecia fazer com que todos os olhares e comentários fossem sobre sua pessoa, tanto que se sentiu enjoado.

Mais cansado do que nunca e com a ansiedade dando as caras, resolveu terminar as compras por ali mesmo, indo para um caixa vazio e pagando rapidamente pelo o que tinha pego; faltava tanta coisa, porém não conseguia mais se mover naquele local.

Ele praticamente correu para o estacionamento, quase fazendo o carrinho de compras virar quando passou por um ressalto no chão. Quis rir da própria desgraça, mas somente avistou o seu carro e seguiu até ele o mais rápido que pode.

— Eu vi esse carro e sabia que era seu.

Hoseok quis gritar com o universo por permitir que ele fosse tão azarado, mas não o fez. Apenas destravou o alarme do carro e começou a colocar as compras dentro do porta-malas sem o menor cuidado, provavelmente os ovos estavam todos quebrados e as frutas amassadas.

— Hobi... Já está na hora de colocarmos um fim nessa separação, não acha? Nós nascemos um para o outro, vida! — Jaebeom murmurou manhoso, e em outros momentos aquilo seria o suficiente para balançar as pernas de Hoseok e fazê-lo sorrir, mas agora apenas lhe trazia más lembranças e tristeza. — Você sabe que ninguém sabe lidar com você do jeito que eu sei.

Hoseok parou no lugar, a sacola ainda na sua mão. Jaebeom não tinha dito aquilo no pior momento que poderia imaginar, certo? Mas, ele tinha. E, o pior, é que Hoseok não pode deixar de imaginar se não era verdade. Eles tinham durado um ano e somente terminado porque descobrira da traição, mas as coisas eram fáceis com Jaebeom, sentia-se querido e o outro sempre lidara bem com suas mudanças de humor.

Ou talvez, estava tentando se sabotar outra vez, como a psicologia tinha acabado de lhe dizer na sessão.

— Me deixa em paz — Hoseok disse, voltando a colocar as sacolas no carro. — Vai embora, por favor. Não é o melhor dos meus dias...

Jaebeom riu, segurando a cintura de Hoseok.

— Eu posso fazê-lo bem melhor — murmurou o homem, deixando sua boca ficar bem próxima ao ouvido do dançarino. — Você lembra como eu te fazia sentir bem?

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