Capítulo 12

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AVISO DE GATILHO: Relato sobre relacionamento tóxico e abusivo, agressões verbais e físicas (Passado)

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Eram quase três horas da manhã e a vontade de Seokjin era gritar e talvez quebrar alguma coisa. Mais cedo naquele dia pensou: Vou dormir na boate mesmo, é mais fácil assim. Porém, estava cansado do sofá desconfortável da sua sala, então resolvera pegar suas coisas após ter fechado tudo e ir para o seu apartamento, somente não imaginou que cinco minutos depois, o pneu do seu carro estouraria e agora ele estava sentado no asfalto molhado — tinha chovido aquela noite —, tentando descobrir como usava o macaco e todas aquelas ferramentas que tinha dentro do porta-malas e não fazia ideia de como encaixá-las na roda.

— Divindade, por quê?! Por que eu?!

Tendendo a dramaticidade que estudara desde criança quando havia entrado no teatro, Seokjin reclamava enquanto tentava trocar o pneu, tendo certeza que se conseguisse sair dali, estaria imundo e com várias unhas quebradas, o que deu vontade de acender um fósforo dentro daquele carro e deixar tudo para trás. Por vezes, aquele era o seu sonho: somente explodir tudo e sumir.

Ainda reclamando, Seokjin tentava seguir o vídeo que conseguira carregar em seu celular, mas não tinha certeza se havia encaixado tudo no lugar certo, então tinha medo daquilo de alguma maneira voar em seu rosto e o matar — não era tão exagerado daquela maneira no seu dia-a-dia, porém estava se dando o tempo de ser naquela madrugada, enquanto ainda reclamava de tudo e todos.

— Okay, o macaco 'tá firme, agora tenho que retirar os parafusos... Eu consigo, certo? Claro que consigo!

Seokjin então posicionou a chave de roda, fazendo como o homem do vídeo explicava e assim tentando girar os parafusos no sentido anti-horário, porém o parafuso não se moveu um milímetro sequer. Ele tentou outra vez e em seguida uma vez mais, porém nada conseguiu.

— Merda!

Estava prestes a tentar uma vez mais quando escutou um som de motor se aproximando, mais especificamente de uma moto. Ele fitou tenso por um momento e logo abriu a porta do seu automóvel, pronto para alcançar o porta-luvas. Contudo, esperou e quase abriu o compartimento quando a motocicleta diminuiu a velocidade e parou próximo a onde estava, porém reconheceu a pessoa assim que o farol da moto foi apagado.

— Jin?

— Namjoon... — Seokjin suspirou pesado, afastando-se do porta-luvas. — O que faz por aqui nessa hora? E por que você não está usando capacete?

Namjoon riu, enquanto se aproximava do outro. Seokjin então pode ver o cabelo preto fazendo um topete para trás e a jaqueta azul marinho de couro chamando atenção na calça preta justa. O manager parecia um modelo naquele momento e Seokjin não soube o que fazer com aquela informação e nem com a sua língua, que acabou passando por todo o lábio inferior enquanto fitava o outro.

— Okay, guarda de trânsito, eu sou um menino mau.

Seokjin sentiu como se a fala de Namjoon tivesse lhe estapeado a face. Ele ficou sem saber o que responder.

— Estou vindo do meu ateliê, tinha essa peça que eu queria terminar há um tempo... — Namjoon deu um suspiro. — Vejo que seu pneu furou.

— É! Este caralho!

Namjoon riu.

— Deixa que eu faço isso... — Namjoon afirmou, retirando a jaqueta e esticando para Seokjin. — Pode segurar para mim?

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