Capítulo 73

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AVISO DE GATILHO: Conversa sobre suicídio (passado)

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Assim que Moonbyul e Seokjin chegaram no apartamento, foram para o quarto dele. O policial subiu em um banquinho que pegou da cozinha e logo entregou a caixa para Moonbyul, ambos se sentando na beirada da cama para olhar o conteúdo da caixa de madeira.

— Ah, eu lembro dessa foto...

Moonbyul sorriu, vendo a fotografia que o casal tinha tirado na lua-de-mel. Ela obviamente não estava presente, porém se recordava de ser a primeira pessoa a ver a foto e como pensara que mesmo dentro do disfarce, Seokjin estava muito feliz. Era tão claro que ali, o melhor amigo já amava o marido que chegava a ser engraçado o outro sempre dizendo que era somente um papel. A verdade era que aquele emprego nunca tinha sido para Seokjin, pois ele sempre tivera um coração aberto e grande demais para algo que consistia em se envolver tão intimamente com alguém. Acontecera com Jaehwan assim como acontecera com Namjoon: o amigo tinha se apaixonado.

— Nós estávamos bonitos, né? — Seokjin deu um sorriso, passando o dedo no rosto de Jaehwan, percebendo que aos poucos a voz do outro sumia da sua mente. Tinha vezes que se lembrava dela com tanta facilidade, porém em outras soava como um eterno silêncio.

— Vocês sempre eram bonitos. — Moonbyul sorriu.

Seokjin concordou, também com um sorriso no rosto. Ele então retirou todas as fotografias de uma vez, pois sentia que se fosse passar uma por uma, iria ficar ali muito tempo e provavelmente choraria uma vez mais, contudo não conseguia mais fazer tal coisa. Estava chorando tanto nos últimos dias, queria somente uma distração da sua mente para não ficar naquele ciclo eterno.

Ele bateu no fundo da caixinha, mas ela era dura, não parecia ser um fundo falso, então bateu da tampa e novamente, nada parecia ter ali.

— Acho que nos enganamos — Seokjin disse.

— Deixe-me me ver — pediu a policial.

Ela então pegou a caixa de madeira e como o amigo, bateu nela toda, mas definitivamente, tudo parecia madeira. A mulher suspirou um tanto desanimada, quando resolveu olhar a parte superior, onde um enfeite em formato de pérola chamava atenção. Ela afastou a caixa, olhando-a um pouco de longe e depois trouxe novamente para perto de si, franzindo a testa por um momento antes de rir.

— Você não acha essa pérola muito destoada, não?

Seokjin olhou por um momento, mas a amiga somente puxou com força a pérola, fazendo com que a peça se deslocasse de uma vez e com ela, caísse um pequeno cartão de memória.

— O desgraçado era inteligente para caralho — disse a policial, rindo.

Seokjin segurou o cartão de memória entre os dedos e sentiu o alívio tomando conta do seu corpo. Era uma sensação quase nova, como se há muito tempo não a sentisse, o que era verdade. Seu marido tinha dado a vida por aquilo e mesmo não sabendo o que era, tinha certeza que Jaehwan tinha feito tudo com muito cuidado para que fosse usado diretamente para prisão dos envolvidos.

— Mesmo depois de morto, ele ainda é um herói — disse o policial, sentindo o coração se enchendo com aquela quentura que o amor lhe proporcionava.

— Ele sempre será um herói, Jinnie. — Moonbyul sorriu, apertando de leve o joelho do outro. — Ei, vamos olhar logo o que tem dentro desse cartão de memória e pensarmos melhor o que fazer a partir daí.

Assim, não demorou para pegarem o computador e averiguar o que tinha no cartão de memória, como Seokjin já tinha uma entrada específica no notebook, não foi problema explorar com cuidado.

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