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Max não sentiu medo quando seu pai apresentou a velocidade

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Max não sentiu medo quando seu pai apresentou a velocidade. Colocara o menino em um kart e pediu que olhasse somente para frente. Ele nascera em uma família pouco tradicional, avô, tio, pai e mãe, tiveram experiência no automobilismo, e tudo foi passado para ele. Aos quatro estava competindo com garotos mais velhos. Ouvia dos colegas os relatos de nervosismo, mãos suando, coração palpitando, boca seca e ás vezes medo, porém ele não sentia nada. 

Estava em casa quando entrava no seu carro e se preparava para ver as luzes se apagarem.

Com o tempo sentiu raiva e a usou para competir, tornando-se a grande revelação, o futuro campeão mundial, aquele que possuía muitíssimo futuro. Seu pai já sabia daquele destino quando o pegou nos braços, e teve certeza ao ver o único filho pilotando. Passara seus ensinamentos mais sombrios ao primogênito, usufruindo das conquistas do filho como se fossem suas. 

Max Verstappen estava descobrindo naquele momento o que significava ficar nervoso. A ansiedade deixava-o em alerta máximo, olhando para as pessoas em busca de algo, por outro lado, não conseguiu dirigir com cuidado, quase atropelando um ciclista. Não se orgulhava de tanta imprudência. 

Não contara a notícia para ninguém. Falou com a mãe noite passada depois de se recuperar da chegada de Aspen, e ela não suspeitou de absolutamente nada. Evitara as ligações de Kelly, pois não era o momento de revelar qualquer detalhe do seu passado, conhecia o tipo de relacionamento que tinham, superficial e feliz. Christian prometeu guardar segredo, mas Max sabia que seu chefe queria mesmo era que tudo não passasse de uma mentira.

Sentado na sorveteria notou a grande loucura que a situação aparentava ser. Ele não possuía qualquer traço paterno. Não conseguia se imaginar sendo um bom pai. Experimentou o momento com sua enteada, mas não conseguiu encontrar nenhum traço de fofura que o fizesse revirar os olhos como acontecia sempre com Daniel ao visita-lo. Entendeu sua incapacidade de afeto com Penelope, aceitando com gratidão. Poderia ter filhos aos quarenta, ou quando um acidente acontecesse. E aconteceu.

Afastou o cardápio frustrado.

Ele não queria ser pai agora.

Olhou para o lado lentamente, fazendo contato visual com um menino de boca suja de sorvete de chocolate. Fez uma careta de nojo, voltando sua atenção para a porta principal. Bastava sorrir, mesmo que as crianças não o achassem confiável, ou engraçado.

Usou as mãos para tampar os ouvidos.

Era um grande imbecil. Tão idiota quanto Daniel. Deixaria o amigo lhe chamar de imbecil até o fim de suas vidas. Concordaria com qualquer apelido quando a notícia saísse. Estava completamente arruinado. Se pudesse socaria o rosto do garoto imprudente do passado, daquele Max que não pensava no futuro e acreditava no poder do amor eterno.

Um toque no seu ombro o trouxe ao mundo real.

Finalmente era Aspen. Ela estava bonita, mas não se lembrava de nenhum dia que não estivesse. Max sempre soube que seus olhos poderiam obriga-lo a fazer qualquer coisa. Os cabelos platinados presos em uma trança lateral lhe dava a sensação de está na frente de uma deusa que muitos veneravam, uma mulher guerreira e apaixonada. Ela era uma ilusão. Só podia ser. 

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