Ele estava bastante constrangido naquele pequeno quarto. Não era comum que entrasse na casa de desconhecidos, porém sentia-se pior por mais uma vez invadir o espaço pessoal de Aspen. O cômodo pequeno lhe dava a sensação de ter uma altura desproporcional. Havia duas malas de rodinhas perto do armário de madeira, uma cama de casal, televisão pequena e livros, muito deles. Acreditava que Aspen trouxera mais livros que roupas.
— É confortável. – comentou.
— Não é.
O quarto poderia ser razoável, mas continuava no lugar errado, dentro de um bairro perigoso. Não queria ser hipócrita, ficara todos esses anos no escuro sobre Maxine, porém tudo devia ser diferente. Haveria uma interferência, usaria seu dinheiro para dar a filha uma vida boa. Algo que lhe foi negado muitas vezes.
Observou a menina tirar o casaco azul que ele comprara de presente após um simples olhar de adoração para a vitrine. A vendedora riu quando Maxine perguntou a mãe se poderia vesti-lo imediatamente. Peças como aquelas eram diferentes, a verdadeira alta-costura. Aspen aconselhou a filha esperar para que fosse lavado, mas Max garantiu que não precisava.
— Este é meu favoritt.
— Favorito. – repetiu Aspen.
Max pegou o livro das mãos de Maxine, o exemplar era de capa dura, claramente antigo e bem conservado.
— Agatha Christie. – lera o nome da autora com dúvida – É infantil?
A menina sorriu.
— Não, é suspense. Eu tenho todos os livros dela.
— Uau!
Ele não gostava de ler. Ficava entediado muito depressa. Não conseguia se prender a nada por muito tempo. Tentara se concentrar na leitura quando conheceu Aspen, mas nem a voz angelical o matinha acordado ou com ânimo para pensar em romances. Contudo, era bom dormir ouvindo-a suspirar por causa do enredo.
O holandês foleou as páginas amareladas rapidamente.
— Legal.
Maxine não notou a falta de animação do pai, ficou feliz que ele havia se interessado por algo que ela gostava. Era um amor herdado da mãe. Max colocou o livro debaixo do braço ao vê-la buscar por mais um.
Aspen amavelmente sorriu para ele, e por meros segundos, sentiu-se morrer. Estava novamente dentro de um carro quebrado, girando sem controle, sabendo que morreria se não fossem tantas proteções. Era estranho como havia pensado nela naquele momento, imaginado milhares de possibilidades ao lado de Aspen, e agora ela estava na sua frente, direcionando um daqueles sorrisos que faria até o mais nobre dos homens começar uma guerra.
Ela estava acima de qualquer um. Ter a admiração de Aspen Rendall enchia seus pulmões de oxigênio. A única capaz de extrair algo de Max Verstappen após muitos anos vivendo no automático, lhe obrigando a acreditar no mundo perfeito. Quando a viu pela primeira, perguntou-se como conseguira respirar sem aquela mulher, e agora fazia a mesma pergunta.
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Starting Line ✔
FanfictionSua maior certeza era que a amava, e seria seu número um. #1 Verstappen (10/05/22)