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Max havia passado muito tempo longe da civilização. Sendo uma pessoa extremamente difícil, havia nitidamente perdido o jeito. Ele tentou entender as palavras simpáticas ditas pela aeromoça, mas só conseguiu franziu o cenho. Não pensou em nenhuma palavra gentil para responder, então colocou os fones e virou para a janela. O holandês não ouvia qualquer canção, porém fora o suficiente para a mulher se afastar.
Uma parte de si não estava tranquila em deixar a Suíça, porque já a considerava um lar. Totalmente diferente da Alemanha e Mônaco. O tempo podia ser agradável nos dois países, no entanto as lembranças deixavam Max desconfortável. Na sua atual casa ninguém podia encontra-lo, a menos se fosse insistente como Daniel, mas a maior parte dos seus conhecidos gostava apenas do Max vestindo macacão da Red Bull.
— Em breve chegaremos a Montreal. – avisara outra aeromoça oferecendo o jantar.
Rejeitou a comida.
Estava feliz em viajar sozinho. Quando aconteciam corridas, precisava levar algumas pessoas consigo, e sequer eram relevantes para Max. Kelly lhe aconselhou ser gentil, mostrar humildade. Ele via apenas seu dinheiro sendo jogado dentro de uma privada, porque nenhuma daquelas pessoas ajudava nos custos. Aguentava Daniel porque era seu melhor amigo.
Era difícil evitar seu lado egoísta.
O avião pousou em solo canadense horas antes do amanhecer. Os cochilos durante a viagem lhe ajudariam a aguentar até o fim do dia, e embarcar para Londres.
Max estava feliz pela falta de fãs lhe esperando por um pouco de atenção. Acenou para os funcionários sorridentes, agradecendo brevemente a algumas pessoas que trabalhavam no aeroporto.
Pierre lhe esperava deitado no sofá de couro da área vip. Ele sorriu ao ver Max.
— Foi pra praia também? – perguntara o francês.
Virou-se na direção do vidro espelhado que dava privacidade na sala. Seu trabalho lhe deixou levemente bronzeado, mais do que jamais esteve com suas horas de corridas em Mônaco. Dava para sentir a diferença nas suas mãos também, não era mais de um piloto.
— Você esteve?
— Viajei com Dany para a Grécia.
— Uau!
— Onde estava esse tempo todo?
O piloto da Alpha não havia se levantado, ou ameaçado fazê-lo.
— Em casa, com meus próprios projetos.
— Depois do soco no Mazepin, também fugiria da família dele.
— Não estou fugindo de ninguém!
— Carlos disse que está.
— O que ele sabe? Não conversamos sobre isso!
Pierre dera de ombros, indiferente com a opinião de Max. Levantou-se resmungando sobre dores no quadril e puxou a mala para perto de si.
