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Max voltou para a sala com a caixa de sapatos.

— Achei que tinha jogado fora.

Ela franziu o cenho.

Abriu a caixa, revelando a luminária quebrada. Aspen pegou um dos pedaços sujos de cola. Ela imaginou que havia deixado em Londres, mas se enganara. Maxine havia trago escondido, provavelmente enquanto ela arrumava os próprios pertences.

— Por que ela escondeu de mim?

— Ela se sente culpada.

Aspen colocou a caixa na mesinha de centro.

— Conheci seu pai. – Max sentou-se ao lado dela, ignorando o olhar assustado – Conversamos bastante.

— Disse onde eu estava?

— Ele não virá mais, não precisa se preocupar. Cuidei de tudo. – dissera confiante.

— Não deveria ter feito isso.

— Se acha que vou ficar sentado esperando, está enganada.

— Max, você não sabe o que diz.

— Então me diga Aspen, porque passei esses anos todos sem saber quem era você.

— E eu soube algo sobre você?

O holandês engoliu em seco. Amor nenhum era suficiente com tantas mentiras. No entanto, fugir era pior quando estavam destinados a ficarem juntos. Max poderia correr pelas ruas em busca de um amor, mas encontraria corações vazios. Ele tentou uma vez.

— Sei que errei, e não mereço você.

Aspen passou a mão pelo cabelo, os dedos deslizando pelos fios platinados, a dor vindo de forma terrível. Claramente estava incomodada com o assunto, mas ele havia vindo de muito longe, ido contra os próprios ideais, teve atitudes boas por ela. Em outros tempos, o velho Max teria ignorado tudo.

— Não diga isso!

— É verdade.

— Max, você não faz ideia das coisas que eu fiz.

— Não posso culpa-la, você estava sozinha!

Ela bufou.

— Quase perdi Maxine. – sussurrou, expondo seu maior segredo – Eu quase a perdi, e estou sempre pensando nisso.

— O que?

Aspen virou-se para Max, os olhos azuis dele tornando-se frios e analíticos. Ele não era o herói de nenhum livro, estava enganada em esperar algo semelhante. Queria que ele gritasse, fizesse os vizinhos se esconder, quebrasse alguma coisa, e provavelmente fosse embora batendo a porta, no entanto, o Max que conhecia buscaria saber de tudo apenas para se torturar.

— Eu tive sorte em ter um emprego explorador, e um quartinho que só cabia uma cama e uma cômoda. Consegui depois de vagar por toda Oslo sozinha. Fui parada por uma garota de programa, e ela me ofereceu diversos empregos, até perceber que eu jamais aceitaria, então me mostrou o caminho mais complicado. Eles não sabiam de Maxine.

Aspen poderia ter sido a vadiazinha que seu pai tanto acreditava existir, mas não o fez. Não culpava todas as mulheres que infelizmente tiveram que aceitar aquela vida, o dinheiro sujo e humilhações. Quem era ela para julgar?

— Você sabia antes de ir embora...

— Sim. Fugi por causa dela. Meu pai não aceitaria, teria nos matado, ou feito pior. – passou a mão pelas bochechas, sentindo as lágrimas.

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