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A loja de fliperama havia sido fechada, e pelo o que aparentava, fazia anos

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A loja de fliperama havia sido fechada, e pelo o que aparentava, fazia anos. As pessoas continuavam ignorando sua presença, olhando-o como um forasteiro. Aquela era a cidade natal de Aspen, onde tudo começou. Claro que sabia que ela morava em Oslo, porém precisava voltar para o fim de mundo capaz de destruir todos os sonhos da mulher que amava.

Ele caminhou em silêncio pelos lugares que esteve, encontrando outros comércios, ou portas fechadas. A igreja mantinha-se a mesma, a cruz brilhante e moitas aparadas na entrada. A biblioteca fora fechada, e para Max fizera sentido, porque Aspen trazia vida aquele lugar.

Alguns metros da cidade havia a praia, e ele atravessou toda a distância. Lembrava-se de ouvir Aspen contar que ali estivera grandes guerreiros da Noruega, e foram enterrados nas montanhas acima do mar e da cidade. Ele jamais soube se era verdade, ou uma forma dela querer dizer algo usando metáforas.

Tirou os tênis, para caminhar até a água. Mais a frente pescadores em seus barcos precários iam em busca de sustento. Sentara-se na areia fria, observando o que há muito tempo não esquecera. Mantinha o mesmo pensamento do passado, capaz de se enxergar fazendo algo extremamente simples pelo resto da vida, longe dos sonhos paternos.

Ficara em silêncio por muitas horas, vendo a paisagem mudar a cada minuto com a chegada do pôr do sol. Ele não se importou com a friagem, ou a maré subindo lentamente. Os barcos retornaram, foram ancorados por seus donos, e boa parte deles partiram. Não havia ninguém lhe esperando, ao contrário de todas aquelas pessoas.

Precisava de coragem para ir até Oslo. Se por alguma hipótese ela recusasse Max, ele não saberia o que fazer. Teria que voltar para a Suíça, viver sozinho com seus gatos e fingi que tudo não passara de um sonho infeliz.

— Garoto!

Ergueu o olhar.

As pessoas podiam conhecer Lewis Hamilton nos quatro cantos da terra, mas não Max Verstappen. E ele amava ser um desconhecido.

— Sim?

O homem que o encarava de volta havia visto muito da vida, e muito pouco. Linhas de expressão preenchiam o redor dos seus olhos, lábios ressecados e barba grande amarelada. Ele se vestia como qualquer pescador que passara perto de Max, colete desbotado, calças velhas e botas de plástico.

— Está sozinho?

Max estava com vinte e três anos, era livre. Não se parecia mais com um garoto. No entanto, retornar para aquele lugar fez com que se sentisse um menino fugindo do pai e tentando crescer antes do tempo para dar muito mais do que oferecia.

— Sim.

— Hum. – suspirou pensativo, estranhando a presença de Max – Não pode ficar durante a madrugada, aqui é uma reserva, a guarda costeira não gosta.

Provavelmente fosse mentira, mas Max não se importava em ser levado preso por alguns dias.

— Obrigado por avisar. – tentou sorrir.

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