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Olhar para baixo foi um erro

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Olhar para baixo foi um erro. Precisava concentrar seus olhos na paisagem.

Milhares de pessoas não iriam ali se não fosse completamente seguro. Queria ter averiguado mais, mas a filha estava fazendo milhares de perguntas para Aspen sobre os motivos de ser proibida de ler Jogos Vorazes, então Max teve a brilhante ideia de perguntar  para onde gostaria de ir. Ela não vacilou ao dizer sobre a roda gigante de Londres, ou como Max chamava atualmente de "ponto da morte".

Maxine não parava de sorrir olhando cada ponto da cidade. A altura não lhe afetava, porque amava, enquanto Max detestava. Suportava viajar de avião, pois a probabilidade de cair era muito pequena, porém a roda gigante não tinha o mesmo luxo. Se houvesse um acidente, viraria geleias. 

O sol estava demorando mais que o normal para fazer o grande espetáculo. Aquilo só podia ser proposital.

Olhou para baixo mais uma vez.

— Vai ser pior. – sussurrou Aspen.

Escolheu focar na norueguesa ao seu lado, porque era um abismo mais seguro. Pelo menos não morreria fisicamente. Ela estava linda naquela manhã, cabelos trançados, vestido rosa claro por debaixo do casaco branco grande. Teve que ter cuidado para não bater o carro, porque queria observar apenas Aspen.

Viu a filha começar a balançar as pernas, ansiosa. Ele iria desmaiar.

Ela se aproximou de Max buscando sua mão que apertava o joelho. Tentou se concentrar em qualquer outra coisa, mas continuava balançando e o sol não descia para terminar aquela tortura.

— Vai ficar tudo bem. – prometeu.

Assentiu em silêncio.

Ele não sentia medo. Nunca. Em toda a sua longa vida. Sentia-se um tolo por aquela situação. No entanto, a cabine era apertada, alta, perigosa. Morrer após alguns dias conhecendo a filha seria um grande sofrimento.

Aspen apertou sua mão para que olhasse para ela.

Concentrou-se em seus olhos. O verde estava mais claro, tão bonito quanto se lembrava. O azul por mais frio que fosse, deixava-o quente. As combinações fazia sentido com ela. Naquela aproximação conseguia contar suas sardas, descobrir as novas e ver seus longos cílios.

— O pôr do sol! – Maxine apontou.

A norueguesa virou-se para olhar junto à filha, mas Max sentia-se mais seguro admirando a mulher que amava. A luz dourada tomou tudo, iluminando cada ponto da cidade, e o cubículo inseguro. Os cabelos de Aspen eram fogo que se tornava gelo. A respiração dela prendeu-se no pulmão, a feição tranquila era de puro fascínio, lábios separados, e pescoço esticado.

O ponto da morte não era tão ruim assim.

Maxine aplaudiu o fim do espetáculo.

— E nada aconteceu. – sorriu para o pai.

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