Epílogo

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Junior abriu a boca, deixando a comida escapar junto a baba. Max tentou limpar a bagunça, mas aquela não era a primeira vez, e não seria a última. Uma criança de sete meses não poderia ter um plano contra o próprio pai, porém se ela fosse Junior, então teria sim. Ele só aceitava Aspen, um favoritismo terrível. Pelo menos uma vez ao dia, precisava lembrar ao filho que também merecia seu amor, mas estava longe de acontecer.

— Pappa! Biscoito.

Não teve tempo de negar o que lhe era oferecido, o biscoito entrou na sua boca e na primeira mordida sentiu que estava úmido. Olhos azuis com pontos verdes escuros o encararam travessos.

Engoliu sem disfarçar a careta. Na pior das hipóteses era resultado de um mergulho na água da privada.

— Onde colocou isso?

— Biscoito? – ofereceu ao irmão mais novo, Junior riu como se soubesse do que se tratava – Vou oferecer a Maxie meus biscoitos.

— Melhor você correr daqui, ou te levo para adoção.

— Mamma não deixaria.

— Ela não saberia.

O garoto correu para o andar de cima com um sorriso brincando nos lábios.

Max mexeu no potinho ainda cheio de Junior, ignorando a risada quase maléfica do bebê. Uma pena não ter tido tanta sorte com os meninos da sua família, todos queriam infernizar sua vida e se fingir de inocente para a mãe. Se existisse um vilão, seria o pobre pai.

A porta da frente abriu.

— Achei que fosse demorar. – disse para Maxine, mas ao olhar viu Daniel com uma bicicleta azul infantil em mãos – O que é isso? Como entrou aqui?

— O portão estava aberto.

O loiro revirou os olhos.

— Mandei Maxine pegar o maldito controle!

— Acho que isso é do seu filho. – mostrou a bicicleta – Estava na minha garagem jogado.

— Como chegou até lá?

— Vou saber? – deu de ombros – Preciso ir, hoje é dia de oftalmologista da pole position. – acenou para Junior – Ele é um fofo.

— Leve com você!

— Já tenho quatro problemas, chega.

Daniel deixou o automobilismo para gerenciar o filho, e porque a idade falou mais alto. Ele ainda estava por perto, investindo na McLaren, criando uma pequena rivalidade por não deixar o filho entrar na academia da Red Bull. Max deixou que Maxine tomasse o próprio caminho, tendo ajuda de Lewis, enquanto ele dava suporte para Maxie.

As viagens se tornaram mais barulhentas, principalmente em voos quando Maxwell trazia armas de brinquedos e fingindo poder matar espiões invisíveis. Precisou comprar um jatinho maior para os filhos de Daniel também ter uma carona, e nem sempre terminava bem. Além da comum rivalidade que a esposa do australiano tinha contra Max, o filho dela odiava tanto Maxie que ás vezes os dois proporcionava lutas sangrentas.

Alguns lugares foram parcialmente interditados por Aspen, e Mônaco era um deles. A primeira viagem da família para lá criou alguns problemas. Fazia algum tempo que Maxine deixou de vigiar os mais novos para ter seus próprios problemas. Muitas babás pediram demissão na primeira semana, porque era impossível ter algum controle. Quando as crianças ficavam na garagem, os próprios funcionários da Red Bull precisavam vigiar os olhos curiosos.

— Posso entrar no carro? – Maxwell perguntou para o pai, recebendo uma negação – Eu já dirijo.

— Fica longe do carro. Três passos de distancia. – mandou, observando o garoto fazer – Não quero você perto do carro.

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