Capítulo 1 | Lago Dos Cisnes

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P.O.V MELANIE RODRÍGUEZ:
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Vou para a varanda procurar minhas amiguinhas e a Scar, mas não as acho.

— Olha só, se não é sua noivinha filho – Ouço.
Viro vendo o homem mal em pé, junto com o menino que fica com cara de bravo o tempo todo, e olhos azuizinhos, só que meio cinzas.

— Eu já disse que não vou me casar com ninguém – Cruzo os braços, bem brava.

O menino que tava com cara de bravo agora ri, só que parece a risada dos vilões dos desenhos; ele vem até mim e se abaixa da minha altura.

— Mas você não tem que querer, peste mimada – Ele diz.
Sua voz nem é de criança, menino estranho.

— Só que você não manda em mim! – Lhe mostro a língua.

— Eu vou cortar a sua língua – Ele faz cara de bravo de novo, rangendo os dentes.

— Eu não tenho medo de você, e não vou deixar você cortar minha língua! – Balanço a cabeça pra um lado e outro.

Ele ri de novo, que nem os vilões dos desenhos, e eu arregalo os olhos — acho que ele é mal — o menino coloca as mãos no bolso da calça e anda para algum lugar — ele usa roupas iguais às do papai, de gente grande.

BUH! – Tomo um susto com o grito, e saio correndo.

Ouço as risadas do homem mal e do menino estranho — bobões! — eu nem fiquei com medo, só me assustei.

PI. PI. PI.

Acordo confusa, que sonho estranho — me pareceu mais uma lembrança do que um sonho — porém, acho que é impossível me lembrar de algo de quando eu tinha em média três anos de idade — ainda mais, algo estranho assim.

Deixo o sonho pra lá, e um sorriso preguiçoso se forma em meus lábios, hoje irei dançar "O Lago Dos Cisnes" no Teatro Municipal, esperei muito por essa apresentação.
Os olheiros da The Juilliard School, de New York estarão lá, e eu quero muito ganhar uma bolsa de estudos na escola de dança.

Me levanto e vou direto para o banheiro fazer minha higiene matinal — irei passar o dia no teatro me preparando para a apresentação junto com o resto do pessoal.
Tomo um banho, coloco uma calça legging e um moletom cinza, faço um coque alto nos cabelos e arrumo minha mochila com tudo que irei precisar, em seguida desço para a cozinha.

— Você está fazendo de novo Adam! Não já basta o que fez a dezoito anos atrás? Dessa vez você não tem uma vida para oferecer em troca! – Ouço minha mãe sussurrar, exasperada.

— Vou dar um jeito Vivian, não se preocupe. – Profere meu pai, calmamente.

— Você sabe que hoje terá que falar com ela, faltam apenas cinco dias, ele já ordenou! – Diz minha mãe.
E me bate a curiosidade, pois daqui cinco dias é meu aniversário de 18 anos.

— Bom dia, algum problema? Falavam sobre meu aniversário? Quem ordenou o que? – Me sento e coloco minha mochila na cadeira vazia ao meu lado.

— Nada que você tenha que se preocupar agora, minha filha… Está animada? – Minha mãe sorri forçada.
Sei que tem algo de errado, eles sempre brigam e falam coisas estranhas que ficam no ar; mas resolvi não insistir no assunto.

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