Capítulo 3 | Morde E Assopra

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P.O.V MELANIE RODRÍGUEZ:
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Acordo assustada me sentando na cama, logo sinto minha cabeça latejar, olho ao redor e não faço a menor ideia de onde estou, óbvio que em um quarto — acho que de hotel.
As cores são escuras, o ambiente é sóbrio, bem grande e moderno.

As lembranças de ontem invadem minha cabeça com tudo, as taças de champanhe que me encorajaram a provocar o Giovanni — foi uma péssima ideia — ele matou alguém, na minha frente.
O Bruce era inocente — tudo bem que ele ia tentar me beijar, o murro foi merecido — mas matá-lo?
O Giovanni é um psicopata, ele estava gostando de ver o Bruce morrer, seu sorriso tinha satisfação.
Eu não posso me casar com esse homem.

Levanto da cama e percebo que estou vestindo uma camisa social preta que me cobre até o meio das coxas, e ao levantá-la também estou com uma cueca preta Calvin Klein que está até um pouco folgada — não acredito que além de me ver pelada ele me vestiu com as roupas dele.

Caminho até a poltrona onde vejo meu vestido estendido, o cheiro de sangue ainda é evidente.
O pego com as mãos trêmulas, repassando a cena na minha cabeça, os olhos de Bruce perdendo a vida, o sangue saindo de sua garganta...

— Isso aí é um lembrete para você do que sou capaz. – Me assusto brevemente com uma voz rouca e fria atrás de mim.

Respiro fundo e coloco o vestido na poltrona novamente, retomando a postura.

— Por que matou ele? –Pergunto baixo, e me viro ficando de frente para Giovanni.

— Porque eu posso. – Responde simplesmente.

Sua expressão é impassível,ele me encarando profundamente, seus olhos me queimam como tochas, desvio o olhar para baixo.
Giovanni veste apenas uma calça moletom preta, expondo seus músculos, e sua pele branca quase completamente coberta pelas tatuagens, todas em sincronia, vão até sua linha V na cintura, é hipnotizante.
Balanço a cabeça para sair do transe que havia entrado sem nem perceber.
Ele também está com um copo de vidro na mão com uma bebida âmbar, sinto o cheiro de álcool — quem bebe whisky de manhã?

— Não, você não pode sair matando as pessoas assim. – Profiro e volto a encará-lo, incrédula.

— Sim, eu posso, ele mexeu no que é meu, desejou o que é meu, eu quis, e o matei, simples assim. – Debate com naturalidade.

— Você é um monstro. – Julgo com repugnância.

— Já me chamaram de coisas piores. – Ele se aproxima, ficando a poucos centímetros de mim.

Minha respiração fica descompensada, aperto as unhas na palma da mão.
A respiração de Giovanni bate no meu rosto, quente e com cheiro de whisky.
Ele segura a minha mandíbula, seu toque me pega de surpresa me dando um breve susto, suspiro, ele não aperta, mas me força a encará-lo.

— Eu sou muito pior do que um monstro ragazza, sou o próprio diabo. – Sussurra de forma sombria.

Olho nos olhos de Giovanni, o seu olhar é intenso em mim, não aparento medo, forço um ar de superioridade, eu não vou em hipótese alguma me deixar intimidar por ele.

– Não tenho medo de você. – Sussuro de volta desafiadoramente, dou um sorriso de canto disfarçado, com desdém.

Ele sorri — nada amigável — um sorriso diabólico, seus olhos se cobrem de raiva, ele aperta minha mandíbula, dói, seguro em seu pulso tentando fazer que ele me solte, mas ele nem se abala com minha força.
Em um momento de insanidade dou uma joelhada no meio das pernas de Giovanni.
Ele geme de dor e me solta.

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