Capítulo 8 | Benvenuti In Italia

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P.O.V MELANIE RODRÍGUEZ:
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— Você será feliz Melanie, encontrará a felicidade no lugar mais improvável de todos, sendo você, inteiramente – Julie passa o polegar na minha bochecha, e deixa um beijo na minha testa, quando se afasta, sorri, angelicalmente.

— Você promete? – Sondo.

— Eu já menti pra você alguma vez? – Balanço a cabeça negativamente. — Confie em mim. Eu amo você. Adeus loirinha… – Ela acena.

— Também amo você. – A imagem de Julie vai sumindo, seguro em sua mão, quero que ela fique. Mas em pouco tempo já não a vejo mais, ela se foi.
Uma lágrima solitária sai dos meus olhos.

Desperto do sonho, pestanejo, sentindo os olhos arder  — chorei além da conta — não me movo, nem preciso olhar ao redor para saber que estou em um carro.
Sei que Giovanni está do meu lado, sinto seu cheiro e sei que seus olhos estão em mim, mas apenas fico quieta, não adianta mais lutar, já estou na Itália, não tem volta, pra onde eu fugiria?

Apenas me ajeito no banco de maneira que eu fique mais confortável e encosto minha cabeça no vidro, levo minha mão a minha pulseira e fico girando-a no pulso — ainda não me caiu 100% a ficha que Julie morreu, não consigo acreditar — capto as ruas, é tudo bem diferente aqui, em uns minutos estamos passando por uma estrada montanhosa e íngreme, de um lado tem montanhas de pedra, e do outro o mar, é lindo.

Como será minha vida a partir de agora? Perdi a Julie, minha única amiga, estou distante da minha mãe e minha irmã, as pessoas que mais amo no mundo, e tudo isso porquê irei ser forçada a me casar com o diabo.

O vazio toma conta do meu peito, me sufocando, quando vejo já estou chorando, sentindo um nó na garganta enquanto as lágrimas quentes escorrem sobre minha bochecha, girando a pulseira freneticamente no pulso, e apertando as unhas na palma da mão livre.
Ele devia me matar, não tem nada a perder, e muito menos eu, estaria me livrando do inferno na terra.
Sou tirada dos meus devaneios com a voz de Giovanni.

— Já estamos chegando. – Avisa ríspido.

Não lhe respondo, apenas fico na minha até chegarmos onde quer que seja.
Bem no alto da montanha, entramos em um prédio de luxo rodeado por seguranças, vamos para o subterrâneo, uma garagem, dentro dela tem vários outros carros, esportivos, casuais… pelo visto ele é um colecionador.
O lugar parece uma fortaleza, tem homens por toda a parte, terno, óculos escuros, mãos para trás e postura impecável.
Uma verdadeira prisão regida pelos homens de preto, onde eu serei a única prisioneira.

O motorista embica em umas das vagas vazias, Giovanni sai do carro, só então me dou conta que devo desafivelar o cinto. Estou tentando fazer isso quando a porta do meu lado é aberta e Giovanni coloca metade do corpo dentro do carro, ficando a centímetros de mim, e abrindo com facilidade o meu cinto.
Ele sai, e faço o mesmo. Mas sinto uma leve tontura, minhas pernas fraquejaram e eu ia cair.

Cazzo – Resmunga Giovanni ao me segurar pela cintura.
Ele se aproxima mais, e me pega no colo em estilo nupcial.

— Não preciso disso, eu consigo andar – Tento descer.

— Está se vendo, fique quieta – Adverte.

Me dou por vencida e encosto minha cabeça no seu ombro, que se flexiona a medida que ele anda, suas mãos me apertaram contra ele. Senti o calor do seu corpo sobre seu terno, e seu cheiro invadiu minhas narinas.
Eu sinto segurança. E não entendo, não devia sentir isso, nos braços dele é onde corro mais perigo, porém aqui, agora, com suas mãos sustentado meu corpo, me sinto assim, segura.

Paixão Infernal Onde histórias criam vida. Descubra agora