Capítulo 42 | Desabafo

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P.O.V MELANIE RODRÍGUEZ:
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Durante a noite o Giovanni ficou resmungando algumas palavras desconexas.
O que apenas aumentou minha curiosidade sobre seu passado, o que está lhe deixando tão transtornado.

São 06:00h da manhã agora e ele ainda está dormindo, fiz que ele tomasse remédio para conseguir descansar, e depois de muito insistir viemos pra cama.
Suas feições estão cansadas, ele ainda veste o terno desgrenhado de ontem e o cabelo está bagunçado — contudo, espero que acorde tranquilo.

Até agora estou um tanto perplexa, nunca imaginaria ver Giovanni daquela forma, tão fraco e vulnerável — até mesmo quando ele tomou um tiro permaneceu frio e não demonstrou nenhuma emoção.

Me levantei deixando que ele dormisse mais um pouco e resolvi tentar fazer um café da manhã que preste — a Valentina tirou o dia de folga — então terei que me virar.
Desci para a cozinha e peguei algumas coisas para tentar fazer uma panqueca.

Deu totalmente errado e queimei toda a massa, então optei por bacon com ovos, não tinha como errar.
Fritei o bacon e os ovos mexidos, fiz café e um suco de maracujá.
Depois de uma hora terminei — ninguém demora tanto pra fazer coisas tão simples — mas já disse, sou um desastre na cozinha, então é melhor usar a calma e cautela do que fazer merda.

Subi para chamar o Giovanni para tomarmos café e conversar — ele tinha que se abrir comigo de alguma forma — nosso casamento não daria certo se ele não confiasse em mim.
Quando entrei no quarto dele, o mesmo não estava mais na cama, ouvi o som do chuveiro e fui até o banheiro.

Giovanni está com a cabeça encostada na parede enquanto a água cai sobre suas costas. Os músculos tensos e a respiração pesada — confirmando a confusão que está em seus pensamentos — ele nem sequer notou minha presença.
Me despi jogando a camisola em um canto qualquer e caminhei para o box, abrindo o mesmo.
Giovanni olhou para o lado, me fitando de soslaio, suspirou e olhou para a parede novamente.

Me aproximei e abracei a sua cintura, espalmando seus estômago solenemente, pude sentir a sua tensão se repelir um pouco enquanto ele respirava pesadamente.
Ele tomou postura e segurou meus braços, virando de frente pra mim e me fazendo abraçá-lo novamente.
Suas esferas escuras e acinzentadas encontraram as minhas, não tão frias como antes, nem sombria.
Estava em uma linha tênue entre distante e intenso.

— Desculpe pelo que viu ontem, aquilo… não era eu. – Ele se pronunciou, a voz ainda rouca de sono.

— Eu sei… quer me contar o que houve? – Indaguei tentando entrar no assunto.

— Agora não. Eu só… preciso de você agora. – Admitiu.
Suas palavras despertaram uma sensação nova em mim, como se aquecesse algo em meu peito.

— Fiz o café da manhã pra você já que a Valentina não está. A ideia inicial não deu muito certo, mas no final saiu uns ovos com bacon. – Relatei. — Está com fome?

— Estou. De você. – Sua expressão antes seria se suavizou e ele abriu um sorriso descarado no canto dos lábios.

Giovanni se aproximou e tomou meus lábios, um beijo desesperado, repleto de desejo, paixão e reivindicação.
Sua língua brigando com a minha por controle e seus lábios macios roçando os meus, senti o meio das minhas pernas cada vez mais umedecido.

Sua mão me puxava pra si pela nuca com voracidade, e a outra apertava a minha cintura, certamente já deixando marcas, como das outras vezes — já havia me acostumado — e gostava, ver as marcas me trazem ótimas lembranças do momento que as causou.

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