Capítulo 31 | Aflição

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P.O.V MELANIE RODRÍGUEZ:
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— Vamos pra casa. Tem que fazer uma mala e iremos viajar. – Fala Giovanni ao meu lado, seu tom um tanto desconcertado.

— Leve sua amante, aproveite e engravide ela de novo. – Profiro indiferente.
Ele bufa.

— Vamos para Los Angeles. – Avisa.
Estreito os olhos na sua direção.

— O que vai fazer em Los Angeles? – Indago.

— Melanie… – Ele titubeia. — O seus pais…

— O que tem os meus pais? – Pergunto de uma vez, vendo-o hesitar.

— Mataram o seu pai. E sua mãe foi baleada. – Conta ele.
Pestanejo um pouco, tentando assimilar suas palavras.

— O que… o que aconteceu? – Sondo, ainda desacreditada.

— Ele estava devendo muito, tinha muitos homens querendo a cabeça dele. Um deles invadiu a casa e o matou, sua mãe foi atingida, não sei ao certo o estado dela. – Relata.

Me levanto, e passo as mãos pelo cabelo, ainda tentando entender como devo reagir a isso — eu sabia que ele ainda iria causar problemas, eu sabia — eu avisei a minha mãe, e agora não sei o seu estado.
Não sei o que eu sinto em relação a ele — afinal era o meu pai, mas estragou a minha vida — ele sabia quais consequências o seu vício poderia trazer.

— Vamos, quanto antes sairmos melhor… – Aborda Giovanni.
Deixei que ele me guiasse até seu carro. Fiquei esperando-o enquanto ele ia até o outro e o vi voltar com meu celular.

Enquanto Giovanni dirigia fiquei perdida nas minhas elucubrações.
Ouvi ele mandar alguém buscar o outro carro e também mandar Valentina fazer minha mala. Depois sua voz ficou distante, eu estava atordoada demais para prestar atenção.

Meu pai está morto — e eu não sei como reagir — devo chorar? Ficar triste?
A minha mãe está no hospital por causa dele. É aflitivo não saber como ela está — e é tudo que me importa agora.

Ao chegar no apartamento, Giovanni pediu que eu esperasse no carro, que ele ia apenas buscar as malas.
Estava apática, desci o olhar para minhas mãos, observei as cicatrizes dos meus pulsos e também minha pulseira, me recordando de Julie e tudo que aconteceu.
No final, decido que é tudo culpa do meu pai, se ele não fosse um viciado de merda não teria me vendido, eu não estaria presa ao Giovanni e Julie não estaria morta, minha mãe não estaria baleada, e ele não estaria morto — o culpo por isso também.

— Não, eu não posso perder a minha mãe também… – Murmuro, finalmente sentindo algo.
Temor pela minha mãe, não posso perdê-la.

As lágrimas começam a rolar molhando minhas bochechas e se intensificando — estou com medo, muito medo — meus soluços começam a me impedir de respirar normalmente, sinto aquela sensação ruim como se algo esmagasse meu peito.

— Ei, ei, Melanie – Giovanni abre a porta do carro. Ele me puxa apreensivo, e me cerca com seus braços. — Respira. Sua mãe está viva, ela vai ficar bem. Vamos chegar lá e cuidar de tudo. – Suas palavras soam afáveis e me confortam de imediato.

— E-ela não pode morrer também… isso é tudo… tudo culpa dele – Brado entre os soluços.

— Ela não vai. Venha. – Ele entra no banco traseiro comigo.
Um dos seus seguranças entra no banco do motorista e logo estamos saindo novamente.

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