Capítulo 11 | Sonho Bom

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P.O.V MELANIE RODRÍGUEZ:
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Estou no jardim da minha casa, em um balanço, lembro que eu, Scarlett e Julie costumavamos brincar nele quando éramos pequenas.

Buh! – Sinto cosquinhas rápidas no meu torso, olho pra trás, onde Julie ri, ela veste branco e está linda como nunca.

— O que faz aqui? No meu sonho? – Não contenho o sorriso exultante.

— Irei vir sempre que precisar, que tipo de amiga eu seria se não viesse abrir seus olhos? – Ela cruza os braços e bate o pé.

— Por que preciso que abra meus olhos? – Indago.
Julie caminha e se senta no balanço ao meu lado, segurando nas correntes e me olhando com um fraco sorriso.

— Você está triste – Me dá como resposta. Então se aproxima, e pega no meu pulso, passando os dedos levemente pelo meu curativo. — Olha o que fez Mel, tentou se matar…

— Claro que estou, você morreu, eu lhe perdi, não vi mais sentido em ficar aqui e ser infeliz. – Afirmo óbvia.

— Mas você não deve ficar triste, eu estou bem Mel, você deve ficar também… Pode parecer estranho o que vou dizer, mas aqui você terá a chance de se encontrar, finalmente… de ser você, sem máscaras. Não gaste essa oportunidade perdendo seu brilho por minha causa, acabando com sua vida – Lágrimas saem dos meus olhos, ela segura minha mão e sorri docemente.  — Eu sempre cuidarei de você de onde quer que eu esteja, você tem um pedacinho de mim no coração, e nessa pulseira que carrega no pulso. – Completa.

— Eu… isso não devia ter acontecido, foi culpa minha, desculpa Ju, eu não mereço ficar viva, me perdoa… – Suplico chorosa.

— Não foi culpa sua, eu sabia dos riscos, fiz porquê te amo. Sendo assim, dói muito vê-la triste, doeu muito ver você tentar se matar, se reerga, por mim. Promete? Prometa nunca mais tentar fazer isso. – Ela se ajoelha na minha frente e aperta minhas duas mãos.

— E-eu… prometo. – Tento sorrir.
Com o polegar ela limpa minhas lágrimas que insistem em sair.

— Ótimo. Agora eu tenho que ir, feche os olhos. – Reluto um pouco, mas os fecho apertando com força as mãos de Julie. — Lembre-se, sempre estarei com você, amigas para sempre. – Completa, e sinto um beijo casto em minha testa.

— Amigas para sempre, eu amo você. – Deixo de sentir suas mãos, quando abro os olhos, não a vejo mais lá.

Acordo me sentindo diferente, tranquila, o sonho me tranquilizou, pareceu tão real, é como se eu tivesse mesmo visto ela agora a pouco, sentido seu toque, sua presença.
Não sinto mais o luto, nem a tristeza imensa dos últimos dias, a angústia sumiu — a saudades continua aqui, sempre estará aqui — mas não me sinto mal, nem culpada.
É como se algo novo tivesse despertado dentro de  mim, não sei dizer o que ainda, mas irei descobrir.

Faz uma semana desde que tentei me matar — passei esses dias extremamente mal — me perguntando por que deu errado, e amaldiçoando o Giovanni mentalmente, por ter me salvado — queria mesmo ter morrido — estava cansada, não queria lutar para ficar e apenas sofrer.
O Giovanni tem me tratado de maneira estranha, mal saiu de casa nos últimos dias, e passou a maior parte do tempo no quarto me observando. Às vezes no meio da noite eu sentia seu toque em mim, no rosto ou na mão, de forma suave, cuidadosa, diferente, e me causava arrepios toda vez, era estranho.

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