Capítulo 41 | Foi Culpa Minha...

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P.O.V GIOVANNI CASSANO:
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Acordei suado, conturbado pela maldita lembrança que me persegue a anos em meus pesadelos.
Olhei para Melanie ao meu lado, as feições serenas enquanto dormia.
Gostaria de dizer que ela está segura ao meu lado, contudo, agora que fui oficialmente nomeado Capo, ela está mais em perigo do que nunca.

Preciso o quanto antes organizar um plano e acabar com o Federico, assim toda essa tormenta em minha cabeça acabará.
Com meu pai morto nossa aliança está oficialmente quebrada, e nós somos inimigos mortais novamente.
Jurei levá-lo pro inferno assim como fiz com seu pai — todavia, antes eu não tinha nada que ele pudesse usar contra mim — agora tenho a Melanie, e farei de tudo para protegê-la, em primeiro lugar.

Eu temia ter sentimentos por ela por esse motivo — ela se tornou a minha fraqueza — não me perdoaria se falhasse em protegê-la como falhei em proteger minha irmã e minha mãe.

Faz quatro dias que o evento de oficialização aconteceu — com isso vem mais trabalho, mais responsabilidades, mais preocupações com a máfia, não é como cuidar da famiglia, é muito mais — contudo, eu e Melanie estamos indo bem.

Prometi que tentaria por ela, e estou tentando.
Mas hoje… hoje não é um bom dia.

Saí da cama sem acordá-la e fui para meu quarto, no banheiro entrei na água fria na tentativa de esfriar a cabeça, mas meus neurônios pareciam prestes a explodir.
Ao terminar vesti um terno me aprontando para ir para a empresa, por direito sou o novo CEO, mas não tenho interesse no cargo e nomearei Lorenzo, que prefere uma vida mundana aos assuntos da máfia.
Já Mattia, é o novo Don da famiglia, ficará por conta dele nomear um novo Consigliere.

Quando desci, Melanie e Valentina estavam conversando na sala de jantar enquanto a mesma toma café da manhã.

— Gio, por que não me acordou? – Ela perguntou, ainda sorrindo pela sua conversa anterior com a Valentina.

— Nada. – Respondi indiferente.
Passei direto pela cozinha, não tomaria café. Fui ao bar e me servi do Bourdon que estava no balcão.

Logo ouvi os passos da Melanie, ela parou ao meu lado com as sobrancelhas franzidas.
Ignorei-a e bebi o líquido âmbar de uma vez.

— Esse seu hábito de beber whisky pela manhã é péssimo. – Ela criticou.

— Não beba whisky pela manhã, então – Revirei os olhos, farto.

— Nossa, Giovanni… caiu da porra da cama? – Me olhou incrédula.

— Só me deixe em paz, Melanie. – Deixei o copo no balcão e sai a deixando ali.

— Quer saber, Giovanni, vá se foder! – Rosnou.
Bufei saindo de casa.

Mandei Mattia me esperar na garagem e quando cheguei na mesma, ele já estava lá. Sem lhe cumprimentar, destravei o carro e entramos.

Fratello… Eu sei que hoje é…

— Um dia normal como todos os outros. – Predisse. — Não toque nesse assunto, ou hoje será o dia que você vai receber um tiro. – Inclui com uma falsa calma.

Mattia obedeceu ao meu comando, desconcertado. Seguimos para a empresa e adiantei a reunião com os funcionários, passando o cargo para Lorenzo.

— Obrigada, fratello. – Ele disse afável, assim que acabou a reunião.
O que Lorenzo sempre quis foi ficar longe dos assuntos da máfia e estou permitindo isso.

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