Capítulo 24 | Dorme Comigo

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P.O.V GIOVANNI CASSANO:
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Dirigi a toda velocidade depois da ligação de Melanie, aturdido com a ideia de que algo poderia ter acontecido, com ela.
Eu mesmo me surpreendi com o tamanho da minha preocupação ao ouvi-la chorando no outro lado da linha, apenas corri até o carro e saí em disparada para o local que a mesma indicou.

Quando cheguei na estrada, estava chovendo, de longe já vi o carro que Pietro dirigia parado, atrás dele tem mais um carro parado no meio da estrada, estaciono e os homens que me acompanharam fazem o mesmo.
Desço no carro e me aproximo, consigo ouvir o choro agudo da Melanie acompanhado de soluços e algumas palavras desconexas.

Quando ultrapasso o caro avisto a mesma aplicando pressão no peito do Pietro na tentativa de ressuscitá-lo, seu rosto está vermelho, molhado pelas lágrimas e pela chuva, seu cabelo grudado na pele, soltos, diferente de mais cedo, e suas mãos e braços cobertos de sangue que está dissolvendo com a água, consigo captar alguns cortes espalhados por eles também.
Me aproximo em passos mais rápidos e me agacho ao lado deles, diante da poça de sangue e água misturados.

— C-chame um médico, t-temos que levar ele, chame um médico. – Ela continua tentando acordá-lo.
Checo a pulsação do Pietro, e constato que ele está realmente morto.

— Melanie… ele está… – Seguro em seu braço, mas ela desvencilha.

— Não, não diga que ele está morto! Ele não pode morrer! Eu não posso perder mais ninguém! – Prediz, e volta a tocá-lo, sacudindo seu corpo.

— Melanie, não tem mais o que fazer, venha. – Puxo-a pelo braço pra que ela levante.

— Não, não, Giovanni, ele não está morto! – Ela bate no meu peito com as mãos fechadas.

A única reação que tenho é de puxá-la contra meu corpo e abraçá-la, não suportando ver seu estado, apertando-a para que ela pare de se debater.
E assim ela faz, se aninhando no meu peito enquanto soluça, chorando, agarrando minha camisa como uma criança desolada.

Vejo marcas de pneus mais a frente, e um homem morto, presumo que alguém fugiu, e que isso é obra dos russos.
Espero Melanie se acalmar enquanto afago seus cabelos, e meus homens já começam a dar um jeito nos corpos.

— Vamos, precisamos cuidar dos machucados. E você vai ficar doente nessa chuva. – Examino melhor seus braços, estão com alguns cortes rasos e arranhões.
Melanie não para de chorar, mas caminha comigo até o carro.

A deixo no banco do passageiro e faço a volta dando partida. Desvio dos carros e sigo em direção ao apartamento.
Seu choro me incomoda — não de maneira irritante — apenas não gosto de vê-la assim, quero que pare, que passe.
Ela parece estar sentindo dor, e tem dificuldade para respirar.
Freio o carro e seguro nos braços, forçando ela a olhar para mim.

— Precisa respirar, Melanie. – Censuro. — Preciso que respire, respire fundo. – Completo ríspido.
O corpo dela treme, e o tom da sua pele está muito vermelho.

Não entendo de crises de pânico, mas parece ser o que ela está tendo, ela parece estar em choque.

— E-eu não aguento mais… – Murmura, com a voz trêmula e o olhar inconsolável.

Tiro o seu cinto e puxo seu corpo para o meu colo com facilidade, seguro sua nuca olhando nos seus olhos.
Sinto que se não tranquilizá-la ela passará mal a qualquer momento.

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