Capítulo 9 | Pesadelo

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P.O.V MELANIE RODRÍGUEZ:
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Estou numa cela apertada e com pouca iluminação, todo o lugar ao redor é escuro.
Olho para baixo e vejo uma barriga enorme, eu estou grávida… Como assim eu estou grávida?
Ouço um tiro, olho na direção do disparo e vejo Julie, ela está morrendo.
Corro até a grade, tentando abri-la, mas meu esforço é vão.

— Eu te amo loirinha… te amo… – Ela sussurra com a voz fraca e falhada.

— Julie! Julie! Seja forte por favor – Ela não se move mais. — Não, não, não – Eu choro desesperadamente.

A poça de sangue se forma abaixo do seu corpo e se espalha até meus pés, sujando-os.
Isso não pode estar mesmo acontecendo.

Me encolho em um canto da cela minúscula chorando enquanto vejo seu corpo, até que ouço uma porta ser aberta, e sinto um cheiro familiar.
Giovanni…

Um homem se aproxima. Será ele?
Não consigo ver o seu rosto, só consigo enxergá-lo da cintura para baixo, não vejo tatuagens nas mãos, ele está com uma pistola, e passa ela na grade, fazendo o som metálico ecoar por todo o ambiente.

— Ela morreu por sua causa, foi culpa sua – Ouço uma voz distante, distorcida.
Eu quero ver quem é, mas não consigo.

— N-não, não foi… ela não morreu. – Soluço entre lágrimas.

O homem empurra para dentro da sala um copo de leite, e um pão mofado, é nojento, sinto vontade de vomitar.

— Eu não vou comer isso… – Sussurro.

Ele abre a grande, se aproxima e puxa meus cabelos empurrando minha cabeça para baixo, me impedindo de vê-lo.

— Coma vadia – Ouço sua voz distorcida. Minha cabeça empurra o copo, e o leite se espalha no chão, se misturando com o sangue. — Você me irritou demais, quantas pessoas terei que matar para me obedecer? A sua amiga já foi, você sabe que seu pesadelo mal começou!

Ele puxa meu cabelo para cima, e levanta o punho com uma faca em mãos, consigo ver seu rosto, ele tem cabelos longos, não é o Giovanni, é um homem que eu nunca vi.
Sinto uma dor pungente na barriga, ele enfiou a faca em mim.

— Minha filha, não… – Balbucio.
Sinto que estou perdendo algo.
Uma lágrima desceu dos meus olhos, a dor é insuportável, e a aflição é imensa, ele está matando meu bebê.

Ouço uma risada sombria, quando olho novamente para o homem, a imagem fica distorcida, pisco, vejo o Giovanni, pisco novamente e vejo o homem, assim repetidamente, e a risada fica cada vez mais alta, mais sombria, mais assustadora.

Sento na cama assustada, ofegante e suada, respiro rapidamente e olho ao redor, o pesadelo parecia tão real.
Isso foi um aviso? Eu costumo sonhar com coisas desde pequena, de lembranças a coisas que estão pra acontecer — de maneira distorcida, é claro.

Mas o que isso quer dizer? Que minha vida será assim? Que irei ver mais gente morrer ou perder um filho? Que Giovanni irá me fazer tão mal a esse ponto? E quem era aquele homem?
O pior de tudo é não ter nenhuma das respostas para minhas perguntas.

Minha respiração finalmente se regula, e me levanto da cama, vejo no relógio do  criado mudo que são 06:00h da manhã.
Fui ao banheiro fazer minha higiene e tomar um banho.
Regulei a temperatura no frio e entrei, minha respiração ficou pesada pela água gelada que caiu sobre meu corpo, passei as mãos no cabelo, sentindo uma angústia enorme no peito, eu não posso perder mais pessoas, eu já perdi a Julie e foi demais pra mim.

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