Capítulo 21 | Sonho Erótico

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P.O.V GIOVANNI CASSANO:
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A frase saiu da minha boca tão sem controle quanto as minhas ações. "Parece que você será uma exceção". Que porra foi isso?
Melanie passa por mim com um sorriso disfarçado no canto dos lábios.
Passo as mãos no cabelo tentando tirar o maldito beijo dos meus pensamentos e não mostrar pra todo mundo da boate meu pau duro marcando nas calças.

A única explicação para esse surto repentino é a promessa que fiz de tê-la — por completo — quem sabe, quando eu comer a Melanie essa confusão toda acabe.
Nunca me apaixonei por ninguém — e nem quero — os poucos beijos que já dei na vida não foram por desejo, foram porquê não deu pra evitar e aconteceu enquanto eu estava nas preliminares com algumas vadias.

Beijo é íntimo, desejar beijar alguém vai além de desejar o corpo. E eu desejei beijá-la. A peste está mexendo comigo de uma forma que não está me agradando em nada.E eu tenho que impedir isso antes que vire algum tipo de sentimento. Me afastar.

É muita coisa em jogo, não preciso disso pra minha vida.
Nasci e aprendi a me dedicar somente a máfia, vi logo cedo que vingar sentimentos bons por outrem só me tornaria vulnerável.
Quando você se importa com alguém seus inimigos usam isso contra você. Eu não permitiria que alguém usasse algo assim contra mim novamente, me fizesse reviver esse tipo de pesadelo.

O que eu sinto por Melanie não pode — e não vai — ir além do desejo sexual.
Agora que estamos casados não posso me aventurar fora do casamento, é uma das primeiras leis da famiglia.
Hora ou outra ela irá ceder, e terei seu corpo, somente isso, sem conversas, sentimentalismo e coisas assim.

Finalmente me controlo e saio do banheiro, encontro Melanie e Mattia conversando, ele parece curtir uma piada interior e ela lhe encara brava. Provavelmente ele está gozando por ter nos flagrado após a Melanie jurar nunca se entregar a mim de forma alguma.

— Vamos pra casa. – Chamo a atenção deles, que se viram de imediato.

— Tudo bem. – Melanie responde docemente.
O que é estranho.

— Eu vou ficar mais, vão indo – Mattia avisa enfiando as mãos no bolso.
Assinto antes de começar a caminhar para fora.
Evito olhar para Melanie, mas sinto seus passos me acompanhando. Já do lado de fora o manobrista me entrega a chave do carro e vamos em direção a ele.

Abro a porta do carro para Melanie que não disfarça a cara de surpresa.
Reviro os olhos enquanto ela entra, depois faço a volta no carro e entro no banco do motorista, logo dando partida.
Coloco uma música clássica que deixa o ambiente apreciável — tirando a tensão entre mim e Melanie que é palpável – e o caminho segue assim, ela brincando com sua pulseira enquanto capta as ruas pelo vidro, e eu perdido em pensamentos sobre como a peste está me afetando, e reverberando o surto do beijo.

— Então, vamos mesmo ignorar o fato que você me agarrou no banheiro masculino? –  Inquire ela.
Travo o maxilar apertando o volante.

— Não vai mais acontecer. – Confirmo assertivo.

— Ótimo. Não quero mesmo que aconteça. Já disse que você não vai me ter como suas prostitutas. – Profere, me fitando de rabo de olho.

— Você não é as minhas prostitutas, é a minha esposa, e, não posso mais me aventurar depois do casamento, seria desonroso. – Discuto.

— Se diz… pelo menos não andarei por aí com fama de corna. – Dá os ombros.

Balanço a cabeça negativamente rangendo os dentes com irritação. O resto do caminho é silencioso, preenchido apenas pela melodia calma e baixa da música.
Logo estamos em casa. Melanie desce do carro e faço o mesmo, entramos no elevador e em seguida subimos. Ela tira o salto segurando na mesa de canto do hall enquanto abro a porta. Já dentro de casa sigo Melanie com os olhos enquanto tiro minha carteira e chaves dos bolsos, e armas do coldre.

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