Capítulo 26 | Mais Forte

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P.O.V GIOVANNI CASSANO:
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— Viu? Não me arrependi. – Melanie dá os ombros, com toda naturalidade.

Ela não devia ter feito isso, por que essa peste sempre passa por cima das minhas ordens? Ela não entende a gravidade do assunto, a ragazza acabou de cortar a garganta do cara com uma arma branca, além da morte do figlio di puttana piorar ainda mais a situação da guerra, isso pode corromper a Melanie de várias formas.

Sinto raiva, mas apesar disso, não consigo evitar sentir orgulho da sua postura, além de enfrentá-lo e se impor, ela cuidou dele sozinha.
Uma mistura de ódio e excitação pulsa nas minhas veias, vê-la colocando a adaga no coldre com classe, e logo depois bater as mãos uma na outra para "tirar a poeira", então abrir um genuíno sorriso de vitória para mim, como consegue?

— Tirem o corpo daqui, escondam e deem um jeito de ninguém descobrir pelo menos até o final do evento. Procurem Mattia e decidam com ele. – Ordeno para os homens, me esforçando para manter a calma.
Então caminho até Melanie e após passar por cima do corpo do infeliz, seguro em seu braço e guio-a até uma sala vazia.

— Por que está bravo? Ele não ia morrer de qualquer forma? – Questiona confusa.
Suspiro pesado apertando seu braço, quando entramos num escritório qualquer empurro Melanie na parede.

— O problema não é ele estar morto, peste, o problema é que você o matou – Rosno, e soco a parede.

— E qual o problema disso? Bom, você devia me agradecer por querer entrar no seu mundo invés de repugna-lo. – Argumenta assertiva.

— Não, Melanie! Você não entende, cazzo!
Quanto mais envolvida, mais em perigo… – Refuto entre os dentes.

— Estou em perigo desde o primeiro momento que pisei meus pés na Itália.

— Peste… – A repreendo.

— A partir de agora você não devia me chamar mais de peste. Queria um vulgo também, pensei em… Death Angel, ou… Lilith, ou então Il vigilante. Hoje me saí bem, não? Ele merecia. – Aborda gesticulando.
Franzo a sobrancelha.

— Você não vai ter vulgo nenhum, Melanie… isso aqui não é uma brincadeira, você não está em um videogame onde se perder a vida reinicia a partida. A máfia vai muito além, e eu não quero você no meio disso! – Me altero ao terminar a frase.

— Tarde demais, marido. Death Angel então? Assisti uma série uma vez que a esposa do diabo se chamava Lilith, bom, eu gostei. – Profere, seus olhos brilham, ela parece realmente empolgada com o assunto.

Me afasto e passo as mãos no rosto, suspirando de frustração. Me sinto condescendente com a Melanie.
Passo as mãos no cabelo e encaro-a, ela parece totalmente tranquila, e só então reparo em um corte horizontal na sua bochecha.

Me afasto enquanto ela me acompanha com os olhos, procuro alguma caixa de primeiro socorros nas gavetas da mesa, e por sorte acho algodão e antisséptico.

— Venha. – Chamo.
Ela ergue uma sobrancelha, mas caminha até mim mesmo assim, dando a volta na mesa, e parando em minha frente, apoiando os braços na mesa.

Coloco o antisséptico no algodão e seguro seu queixo, então limpo o corte, não é fundo, é apenas um arranhão, porém pode infeccionar.
Estudo minuciosamente o seu rosto tranquilo, as bochechas rosadas, e a boca vermelha pelo batom, os olhos brilhando e se destacando ainda mais com a maquiagem escura.
Ela percebe e morde o lábio, então seu olhar encontra o meu.

Paixão Infernal Onde histórias criam vida. Descubra agora