Capítulo 7 | Você Matou Ela!

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P.O.V MELANIE RODRÍGUEZ:
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Chegou a hora.

Tiro debaixo da cama minha mochila que estava escondida, coloquei apenas as coisas essenciais e algumas roupas.
Pego 5 lençóis e os amarro um na ponta do outro, em seguida dando um nó nos pés da cama e jogando o outro lado pela janela.

Dou uma última olhada no quarto, olho para a porta sentindo um aperto no coração.
Aproveitei bem o dia com minha mãe e minha irmã, fizeram até um bolo de aniversário para mim, comemos as três, conversamos e rimos, me despedi delas indiretamente.

Estou esperando a mensagem de Julie quando a porta do quarto é aberta, minha mãe entra por ela focando o olhar nos lençóis e na minha mochila.

— Mãe, eu…

— Você irá fugir. – Ela prediz, finalmente me olhando nos olhos.
Seu olhar coberto de tristeza. Então se aproxima.

— Eu não tenho outra alternativa, eu… não posso me casar com aquele homem – Justifico.

— Eu não irei lhe impedir, minha filha. – Ela põe as mãos no meu rosto, seus olhos já estão marejados. — Eu nunca quis isso pra você. Vá, não desista da sua liberdade. – Ela beija minha testa.

— Eu amo você, obrigada por tudo, por sempre acreditar em mim e me apoiar – Lhe abraço.

— Também amo você, você será sempre minha rainha, feliz aniversário, você agora é uma mulher – Sua voz é chorosa e ela sorri fraco alisando minha bochecha com o dorso da mão.
Então meu celular sinaliza uma notificação.

— Tenho que ir, se cuide. Tenta convencer a Scarlett a fazer o intercâmbio em Paris, tire ela de tudo isso, e se possível, saia também, sabe que ele nunca irá mudar, não quero que prejudique vocês. – Suplico.

— Irei fazer o possível.

Deixo o celular em cima da cama e pego minha mochila.
Já na janela olho para minha mãe uma última vez, ela sussurra um "eu te amo" e mando-lhe um beijo tentando segurar as lágrimas.
Desço pelos lençóis e saio de fininho pelo jardim para não ser vista. Caminho com cautela até a outra rua onde já avisto o carro de Julie, que pisca os faróis quando me vê.

Corro até ele e entro de imediato no banco do passageiro, quando fito Julie ela tem um sorriso de orelha a orelha estampado no rosto.

— Feliz aniversário loirinha, preparada para nossa maior aventura? – Sua empolgação chega a contagiar.

— Nossa terminologia é "lá vamos nós", não é? – Dou uma risada leve.

Ela dá partida no carro, e coloca uma música para tocar, enquanto vamos em direção a rodovia principal da cidade.

— Será que isso vai dar certo? – Penso alto.

— Claro que vai, ninguém sabe que estamos fugindo e somos fodas, a gente vai arrumar um emprego e viver nosso feliz para sempre – Seu tom é confiante e divertido.

Apenas assinto, com um sorriso sem mostrar os dentes, encosto minha cabeça na janela enquanto observo Julie dirigir concentrada — não queria arrastar ela para toda essa merda — a castanha está fazendo muito por mim.

Estamos na rodovia, já bem próximo a fronteira da cidade, o tráfego está calmo, olho para e retrovisor vendo apenas dois carros atrás de nós.

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