Capítulo 17 | Casamento

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P.O.V MELANIE RODRÍGUEZ:
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— Nunca ouviu falar que dá azar ver a noiva antes do casamento? – Reviro os olhos enquanto encaro o reflexo de Giovanni no espelho.

— Sabe o que tem que fazer, não é? – Sonda, mais parecendo avisar.

— Dizer sim? – Deixo o rímel em cima da mesa, e me viro.

— Sem gracinhas peste, sem drama na hora de cortar o dedo ou repetir os votos. – Adverte.

— Tá, tá, Giovanni, agora você pode sair para que eu possa me arrumar em paz? Sabe, vou casar daqui alguns minutos. – Ironizo.

Ele suspira pesadamente e se vira para sair do quarto.
Volto a me concentrar em me transformar em uma princesa — irônico, pois meu casamento está bem longe de se parecer com um conto de fadas — estou com um vestido exageradamente detalhado em renda, seu peso é agonizante, espero que a cerimônia seja rápida.

Estamos na mesma mansão de semanas atrás — o que me fez deduzir que é uma propriedade da família de Giovanni — um quarto foi cedido a mim, a cerimônia acontecerá em um dos salões da casa e a festa em outro.
Não me importei em ver a decoração, deixei tudo nas mãos de Valentina, afinal pouco me importa se serão rosas brancas ou vermelhas, ou sequer serão rosas.
Uma equipe foi contratada para me arrumar, e os dispensei para fazer minha própria maquiagem.
A Valentina passou os últimos dias tentando me convencer a me envolver nos assuntos do casamento, mas apenas lhe ignorei, foquei nos treinos e na minha sanidade mental quase inexistente.

Minha semana foi um inferno, depois dos acontecimentos de dias atrás tenho tido sonhos eróticos com Giovanni, e ando imaginando coisas apenas por vê-lo sem camisa perambulando pela casa.
E não para por aí, encontrei a Donatella mais duas vezes pela casa, e minha reação foi apenas observá-la atônita, me recusando a acreditar que ele estava me humilhando de tal forma.
Não é drama, sei que esse casamento não passa de um acordo dos nossos pais e que nos odiamos, no entanto, eu também estou morando naquela casa, queria o mínimo dos mínimos de respeito.

— Melanie, todos já estão no salão, vamos? – Valentina anuncia ao entrar no quarto.

— Claro, quanto antes esse teatro acabar melhor. – Me levanto.

Passo pela Valentina pegando em sua mão um buquê de rosas brancas — combina com a mocinha inocente e virgem que sou, afinal — bufo encarando o buquê.
Sigo Valentina, que me guia até um corredor escuro, vejo em frente à porta do salão o meu amado sogro, Vincenzo.
Me aproximo e ele me oferece o braço, a contragosto o cruzo com o meu.

— Agora é oficial criança, espero que aprenda a ser uma boa esposa, Giovanni não costuma ser paciente – Aconselha com deboche.

— Sendo assim, em breve ele será viúvo, tenho problemas de comportamento. – Lhe olho apenas para que ele veja meu sorriso falso.

Ele me encara com ceticismo e deboche, então faz um sinal para que os seguranças abram a porta.
A marcha nupcial começa a ser ouvida e a luz me faz pestanejar.

Vamos lá Melanie. Incorpore a atriz que soube ser por tantos anos, apenas por mais um dia.
Abro meu melhor sorriso falso — convenceria até o próprio diabo, rei da mentira, que ele é real — daí começamos a caminhar pelo imenso tapete vermelho que vai até o altar, onde está Giovanni com as mãos cruzadas à frente do corpo, a cabeça um pouco baixa reforçando o seu olhar diabólico sobre os meus.

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