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P.O.V MELANIE RODRÍGUEZ:
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— Nunca ouviu falar que dá azar ver a noiva antes do casamento? – Reviro os olhos enquanto encaro o reflexo de Giovanni no espelho.— Sabe o que tem que fazer, não é? – Sonda, mais parecendo avisar.
— Dizer sim? – Deixo o rímel em cima da mesa, e me viro.
— Sem gracinhas peste, sem drama na hora de cortar o dedo ou repetir os votos. – Adverte.
— Tá, tá, Giovanni, agora você pode sair para que eu possa me arrumar em paz? Sabe, vou casar daqui alguns minutos. – Ironizo.
Ele suspira pesadamente e se vira para sair do quarto.
Volto a me concentrar em me transformar em uma princesa — irônico, pois meu casamento está bem longe de se parecer com um conto de fadas — estou com um vestido exageradamente detalhado em renda, seu peso é agonizante, espero que a cerimônia seja rápida.Estamos na mesma mansão de semanas atrás — o que me fez deduzir que é uma propriedade da família de Giovanni — um quarto foi cedido a mim, a cerimônia acontecerá em um dos salões da casa e a festa em outro.
Não me importei em ver a decoração, deixei tudo nas mãos de Valentina, afinal pouco me importa se serão rosas brancas ou vermelhas, ou sequer serão rosas.
Uma equipe foi contratada para me arrumar, e os dispensei para fazer minha própria maquiagem.
A Valentina passou os últimos dias tentando me convencer a me envolver nos assuntos do casamento, mas apenas lhe ignorei, foquei nos treinos e na minha sanidade mental quase inexistente.Minha semana foi um inferno, depois dos acontecimentos de dias atrás tenho tido sonhos eróticos com Giovanni, e ando imaginando coisas apenas por vê-lo sem camisa perambulando pela casa.
E não para por aí, encontrei a Donatella mais duas vezes pela casa, e minha reação foi apenas observá-la atônita, me recusando a acreditar que ele estava me humilhando de tal forma.
Não é drama, sei que esse casamento não passa de um acordo dos nossos pais e que nos odiamos, no entanto, eu também estou morando naquela casa, queria o mínimo dos mínimos de respeito.— Melanie, todos já estão no salão, vamos? – Valentina anuncia ao entrar no quarto.
— Claro, quanto antes esse teatro acabar melhor. – Me levanto.
Passo pela Valentina pegando em sua mão um buquê de rosas brancas — combina com a mocinha inocente e virgem que sou, afinal — bufo encarando o buquê.
Sigo Valentina, que me guia até um corredor escuro, vejo em frente à porta do salão o meu amado sogro, Vincenzo.
Me aproximo e ele me oferece o braço, a contragosto o cruzo com o meu.— Agora é oficial criança, espero que aprenda a ser uma boa esposa, Giovanni não costuma ser paciente – Aconselha com deboche.
— Sendo assim, em breve ele será viúvo, tenho problemas de comportamento. – Lhe olho apenas para que ele veja meu sorriso falso.
Ele me encara com ceticismo e deboche, então faz um sinal para que os seguranças abram a porta.
A marcha nupcial começa a ser ouvida e a luz me faz pestanejar.Vamos lá Melanie. Incorpore a atriz que soube ser por tantos anos, apenas por mais um dia.
Abro meu melhor sorriso falso — convenceria até o próprio diabo, rei da mentira, que ele é real — daí começamos a caminhar pelo imenso tapete vermelho que vai até o altar, onde está Giovanni com as mãos cruzadas à frente do corpo, a cabeça um pouco baixa reforçando o seu olhar diabólico sobre os meus.
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Paixão Infernal
RomanceMelanie ainda antes do seu nascimento foi prometida em casamento ao futuro Capo di tutti capi da maior máfia italiana chamada Cosa Nostra. Com seu espírito aventureiro, são poucas as coisas que lhe metem medo, sendo assim, ela não cederá tão fácil a...