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— Bento, nem acredito que você vem trabalhar aqui na Béni! — Maria entrou com o amigo na empresa, sendo que alguns olhares acompanhava os dois amigos durante aquela manhã ensolarada. — Você vai nos ajudar a finalmente descobrir quem está aprontando.

Eles entraram no elevador que os levaria ao andar da Béni, e o amigo disse:

— Do jeito que você fala parece até que sou um agente do FBI. — Bento riu. — E além do mais, não venho trabalhar aqui é só um serviço extra.

— Tudo bem. Mas ainda sim é legal ter você por perto, sabe que quando a gente era adolescente quando um estava em apuros o outro ajudava — Maria se sentia meio nostálgica naquele dia, não sabia direito o porquê, mas estava assim. Ela gostava muito da presença do amigo, era como se fosse uma proteção. Bento a ajudou nos momentos mais difíceis de sua vida, e ele sempre parecia estar ali para o que desse e viesse.

— Nossa adolescência era cheia de percalços, mas ainda bem que crescemos e amadurecemos, não é? — Ele olhou para ela de soslaio e a mesma entendeu bem o que ele queria dizer.

Maria recebeu um abraço de lado do amigo quando o elevador parou e  finalmente a porta se abriu, para a surpresa dos dois, olhares de Aretha, Paulina, Liz, Paola e Miguel estavam sobre eles, parecia até que tinham se aglomerado na porta para os receber. Os amigos logo se afastaram, mas o olhar firme e rígido de Miguel ainda pairava sobre os dois, assim como um leve brilho entristecido emanava pelo de Liz, e sem prestar atenção na amiga ou no chefe, Paulina cumprimentou os dois com uma largo sorriso, mostrando alegremente como gostou da presença de Bento.

— O que faz aqui, Bento? — Paulina perguntou.

— Ele veio nos ajudar com algumas coisas, Paulina. Foi seu Miguel que o chamou — Maria respondeu pelo amigo, que somente consentiu e logo olhou para Liz mais atrás, sorrindo levemente para ela e recebendo um mesmo sorriso de volta. 

— Então você vai passar quanto tempo com a gente? — Aretha se posicionou ao lado de Paulina e cruzou os braços.

— O tempo que for necessário — ele disse.

— Hummm. Tenho certeza que Maria vai ficar muito feliz com a sua presença aqui
— Paulina deu um sorrisinho que queria expressar muito mais do que disse. Ela sempre deixou claro o quanto fazia gosto de que um dia aqueles dois amigos se unissem para algo além da amizade.

Miguel deu um pigarreio e os olhares se voltaram para ele, menos o de Paola, que não pedindo licença para participar da conversa, declarou:

— Posso saber porque a Béni precisa dos serviços de alguém tão... — Ela o olhou dos pés a cabeça — tão... Simplório como você? — Paola precisou pensar um pouco para poder não falar o que realmente achava de Bento.

Maria sentiu os nervos ferver por até seu amigo ser alvo daquela loira aguada!

— Obrigado. — Essa foi a resposta dele e nada mais, deixando Paola e as meninas um pouco surpreendidas com a resposta simples demais. Ele logo a deixou e se colocou diante de Miguel, que o recebeu com um aperto de mãos e tinha uma expressão séria no rosto. Bento notou que algo parecia incomodar o homem, mas deixou pra lá. — Bom, Sr. Miguel, estou aqui podemos começar a qualquer hora.

— Ótimo! Vamos para a minha sala — Miguel começou a andar com Bento ao seu lado, ficando as mulheres para trás.

Paola vendo que tinha sido excluída da conversa entre Maria, Liz, Aretha e Paulina, correu para outro lugar.

— Marina, você não sabe o que tenho pra ti contar — Paola entrou na sala da amiga com a fofoca estalando na língua.  — Parece que Miguel contratou o amigo daquela feiosa para vir trabalhar aqui, você acredita? Será que é uma conspiração contra todos nós? Daqui a pouco a Béni estará nas mãos daqueles dois filhos de Chernobyl.

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