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4 meses depois...

A igreja estava perfeitamente ornamentada com flores, e o altar tinha um arco com um belo tecido que completava a elegância do lugar. A música suave cantada descrevia bem o que realmente aconteceria durante aquele momento.

"Meu bem, me dê a sua mão
Ao entrarmos juntos na embarcação
Pro outro lado do mar
Além do que o olho vê
Com o vento em nosso favor
Não temos o que temer"

Miguel estava com seu traje elegante no altar a espera da mulher de sua vida. Aquela que tinha escolhido para amar e não desviar dela em nenhum momento seu olhar. Aqueles 4 meses de preparo para o casamento não foram só alegrias. Maria, vez ou outra, tinha suas crises de ansiedade e ele suas preocupações na empresa, com ela e todos. Os pensamentos de ambos nem sempre estavam alinhados e precisavam de longas conversas para se ajustarem, afinal, eram tão diferentes um do outro em muitas coisas. Mas nenhum chegou a pensar em desistir. Não. Eles sabiam muito bem que a vida exigia sacrifícios e renúncias. O comprometimento era verdadeiro e não se acabaria por causa dos percalços, pois, no fim de tudo, podiam aproveitar a presença um do outro.

Ele olhou ao redor e observou seus convidados. Aretha e Eduardo haviam firmado um compromisso dois meses antes do seu casamento; Anthony e Paulina estavam a um passo de se estabelecerem como um casal; Bento e Liz não se cabiam de felicidade por saberem que logo seriam papais. Ela descobrira a um mês que esperava um filho; Magnólia e Ramon continuavam amigos, mas o rapaz parecia não querer desistir de sua flor. Miguel se alegrou por ver os pais, avós e irmã juntos compartilhando aquele momento com ele. Ele só queria aproveitar aquele momento e alegria.

Então a marcha nupcial começou e as portas da igreja se abriram. Todos os presentes ficaram de pé. Miguel olhou instantaneamente e contemplou a mais bela visão do mundo: Maria num vestido de noiva de renda, com véu e um belo buquê, de braços dados com o pai. Naquele instante, ele esqueceu todos os demais e somente vislumbrava sua amada vindo em sua direção. Ela estava perfeita aos seus olhos. Não havia nenhuma mulher melhor que Maria para ele. Ele tinha a escolhido e amava sua escolha. Desejando, diante daquele compromisso, firmar diante de todos que dedicaria toda a sua vida para amá-la e honrá-la.

Maria andava devagar, pois tinha medo que seu tremor a fizesse cair. Seus sentimentos eram uma mistura de euforia e incredulidade. Nunca pensou que se veria entrando numa igreja em direção a um homem tão bom quanto Miguel. Ele havia mesmo provado que lutaria suas guerras junto dela. Ela era tão grata a Deus por viver aquilo. Ele fizera melhor do que um dia sonhou. Antes de chegar no altar, avistou rapidamente o olhar de todos os convidados e os sorrisos eram uma afirmação de que tudo estava no perfeito lugar. Ao olhar para frente, notou que o noivo enxugava algumas lágrimas, o que era realmente algo incrível, dado que Miguel nunca chorava.

Aquele corredor da igreja parecia ser a última distância percorrida para finalmente ficarem juntos até a morte. Seu Evaristo entregou a mão de Maria e, antes de se afastar, disse no ouvido do genro: "Estou lhe dando meu tesouro. Cuide dela ou se verá comigo!" Miguel assentiu e segurou a mãos frias e suaves de Maria. Ele entrelaçou os dedos e ambos se viraram para o reverendo que ordenou a todos que se assentassem e assim iniciou a celebração.

— Aqui estamos reunidos para celebrar o casamento de Miguel e Maria...

O pastor falou sobre o valor do casamento e seu significado à luz das escrituras. Era uma aliança diante de Deus com total responsabilidade diante dos céus e dos homens. Miguel acariciava a mão de Maria enquanto ouviam todas aquelas verdades. Eles sentiam a alegria e a seriedade de estarem vivendo aquele momento. Depois de um tempo, o pastor perguntou:

— Miguel Cavalcanti, aceita essa mulher para ser sua esposa e amá-la até seu último dia na terra?

— Sim, eu aceito!

Tudo Outra VezOnde histórias criam vida. Descubra agora