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Capítulo 1: O químico

— Eu vou querer um café expresso — pediu ao atendente, ainda com os olhos presos no cardápio. — O atendente também está no menu?

Com uma risadinha fraca, Wooyoung sacudiu a cabeça e depositou um tapa fraco no ombro de Seonghwa, que terminou por rir também da própria piada.

— Você é ridículo — Wooyoung disse, falsamente desdenhando. — Por que não pede um mocha cremoso? Sempre que vem aqui é para tomar café expresso. Eu nem sei como você consegue tomar algo tão ruim.

— Sempre que venho aqui é porque quero te ver, amigo — Seonghwa voltou a fechar o cardápio e o retomou ao barista, o encarando. — Você sempre está trabalhando, e não é como se eu estivesse disponível o tempo todo. Então, eu penso... hum, por que não ter uma overdose de café hoje e pedir umas doze xícaras só para ficar mais tempo perto do Wooyoung?

Wooyoung o fitou meio incrédulo, embora um sorriso se expunha em seu rosto que guardava uma beleza agradável. Mesmo que ele pudesse apresentar qualquer faceta inesperada longe daquele avental que deixava amostra o slogan da cafeteria onde ele trabalhava, enquanto estivesse com ele e na vista de Seonghwa, ele sempre se portava de maneira adorável, atenciosa, e Seonghwa gostava da pureza que podia encontrar nos olhos dele, mas havia perdido em si mesmo.

— Um ice mocha então, certo?

— De chocolate, de preferência — confirmou o pedido, e quando Wooyoung iria se afastar dele, o segurou pelo pulso de maneira suave. — Não se esqueça da cobertura extra. Você sabe, eu até gosto de chocolate e se for você que estiver fazendo, eu tenho certeza que irei amar. Se eu pagar para os seus chefes me deixarem tomar um café com você no seu expediente, você acha que eles permitem?

— Como você é bobo. Eu duvido que tenha tanto dinheiro assim — Wooyoung precisou bater em Seonghwa de novo, dessa vez com o cardápio. Os dois riram. — Chega de piadas. Eu tenho que voltar ao trabalho. Fique à vontade, Seonghwa.

Seonghwa o observou desfilar de volta ao balcão onde confeccionava e fazia as bebidas. Aquela cafeteria era uma das melhores da cidade, o café realmente era bom, porém não era por isso que ele ia até lá toda semana.

Quando o seu pedido chegou, ele apreciou o sabor enquanto assistia Wooyoung em suas tarefas diárias, atendendo uma mesa aqui e ali, montando copos de café e servindo as que lhe requisitavam. Era um programa honestamente divertido para Seonghwa, ele não se importava em fazer isso o dia todo. Decorar e redecorar os traços belos de Wooyoung, e os redesenhar em sua mente todos os dias quando não podia vê-lo. Jung Wooyoung era como sua dose de serotonina diária, e ele sentia precisar dele todos os dias.

Assim que o café de Seonghwa acabou, ele pediu por mais coisas apenas para ficar mais tempo dentro do estabelecimento. Ora ou outra ele inventava alguma coisa sobre os pedidos apenas para ter uma desculpa para ir até o balcão e bater papo com Wooyoung por alguns minutos, até que outro cliente chegasse e os atrapalhasse.

Ao fim do expediente, Seonghwa finalmente pode se encher de expectativa ao pensar que iria desfrutar mais tempo com o Jung sem que precisassem se policiar sobre isso. Ele o esperou do lado de fora do estabelecimento e quando o viu, os seus olhos brilharam e o coração acelerou.

— Wooyoung, você faz com que eu me sinta uma garotinha do ensino médio — Seonghwa disse assim que o viu atravessando as portas de vidro com uma mochila nas costas e um grande casaco cobrindo os seus ombros, logo enterrando suas mãos dentro dos bolsos. Os dois começaram a caminhar lado a lado pelas ruas frias daquela cidade. Notou um pequeno sorriso se perpetuar nos lábios do dono dos fios loiros num tom escuro, aquele que não ousava manter contato visual, encolhido dentro de sua blusa quente. — Sabe há quantos anos eu não piso em um colégio?

CASHIT | MAFIA ATEEZ |  TEMP IOnde histórias criam vida. Descubra agora