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Capítulo 12: Uma vida caótica

— Você não cansa de ser uma cobra peçonhenta? — San disse assim que observou os seus amigos, acompanhados do senhor Hwang, passarem pelas portas da mansão, agarrando o braço de Mingi com certa grosseria. Song Soeun já havia se retirado e apenas restou os dois na ampla sala de estar. — Me responde, Mingi!

Song recuperou o seu braço do aperto provocado pelo outro e se afastou, colérico.

— Não é você que sempre diz que a vingança é a opção? — questionou retoricamente. — Fiz aqueles merdas beijarem os meus pés, mostrei para eles que não sou uma pessoa que aceita brincadeiras. Ninguém brinca comigo, San, ninguém!

— Não ficou satisfeito em quase quebrar a porra dos meus ossos? Mandou Jeongin para o hospital por nada! Você tem dinheiro pra comprar dez carros iguais àquele.

— Isso não significa que você tenha a liberdade de roubá-lo e enchê-lo daquelas mensagens horríveis.

— Então, tudo isso não é pelo carro e sim pelo seu ego ferido — riu sarcástico, recebendo uma face congelante. — Como alguém consegue ser tão prepotente?

— Por que você concordou com aquilo? — perguntou com genuína curiosidade. — Não quer que os seus amigos saibam o que existiu entre nós dois e por isso insistiu em me atacar?

Choi emudeceu e o curvar de seus lábios desapareceu. Foi a vez do Song sorrir despótico, embora ele não se sentisse feliz vivendo dentro de uma bolha cheia de confusão e mentiras. Ele tinha que fingir o tempo todo, agir como se fosse indiferente à San... Isso não era verdade. Aquele tipo de sentimento corrosivo o devastava por dentro.

— Sim, Mingi, esse é o maior medo da minha vida. Claro — ironizou.

— Quer saber? Chega. Não importa mais — indicou para a saída, ávido. — Vá embora daqui.

San fitou-lhe rapidamente.

— Acha que eu fiz tudo isso só por causa... dos meus amigos?

— E não foi? Fora o seu vício doentio por roubar, você sempre quer agradá-los. Já parou para pensar no quão problemático você é? Os seus amigos quase foram pra cadeia agora, e por sua culpa — proferiu com escárnio, penteando os cabelos pretos com os dedos. Expressivamente ressentido. — Você sempre afunda as pessoas numa poça de merda. Essa deve ser a droga do seu talento.

Não foi a primeira vez que San ouviu tais palavras direcionadas a si. Sequer era a primeira vez naquele dia. Ele estava tão farto daquele tipo de discurso, estagnado... Era profundamente lacerante ser apontado como um problema o tempo todo. Gostava de ser o foco, o centro das atenções, porém não nesse caso.

— Se eu sou um problema... — deu um passo à frente, e Mingi recuou dois. Conforme ele ia recuando, o outro ia se aproximando. — Por que eu ainda vejo sentimentos por mim dentro dos seus olhos?

Era golpe baixo. Um jogo sujo, típico que San usava quando estava com Mingi.

Engolindo em seco, Song fechou os olhos e respirou fundo.

— Será que esse seu olho roxo não te diz nada? Se eu sentisse algo além de ódio e repulsa por você, não estaria todo ferrado agora na minha frente — falou ácido, comprimindo os lábios em seguida e sacudindo a cabeça em descrédito. — Quando você vai entender sobre a diferença fundamental entre nós dois?

San ficou com raiva, pois aquela sentença apresentada pelo outro deixava claro que havia sido ele o autor daquele monte de hematomas por seu corpo — se existia um pingo de dúvida, ela foi extinta.

CASHIT | MAFIA ATEEZ |  TEMP IOnde histórias criam vida. Descubra agora