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Capítulo 40: Vítima

Kim Hongjoong estava sendo profundamente afetado pela frieza da qual Mingi passou a tratá-lo. Mingi mudou para o quarto ao lado, não falava com ele e não lhe olhava nos olhos. Passado alguns dias, Hongjoong estava cansado e angustiado com essa situação, somando-se às experiências que viveu nos últimos tempos.

Os dois estavam sentados à mesa. Keeho e Eunwoo estavam presentes, já que Jongho escolheu não se misturar e se alimentar no quarto. Hongjoong não tocou em sua comida, nem em seus talheres. Ele estava sentado estático em frente ao prato e do outro lado, Mingi seguia almoçando, sem esboçar qualquer emoção, seja ela remorso ou emoções ligadas à felicidade.

Hongjoong voltou a sentir o coração partir, ruindo gradativamente, conforme aceitava que Mingi mal iria olhar para ele. Se perguntava o que o levou a se comportar daquela forma, se Eunwoo estava certo sobre o seu noivado ou se ele apenas estava com pena de Hongjoong após ter o colocado em tantos problemas. Não notou quando seus olhos começaram a marejar, então passou a alisar as mãos, esfregando uma na outra, com o nervosismo lhe dando uma aparência frágil e quebrada.

— Hongjoong? — Keeho foi o primeiro a abrir a boca durante aquele intervalo de silêncio desconfortável, limpando os lábios com um guardanapo em seguida. — Você está bem?

Bastou Keeho perguntar para Hongjoong abaixar a cabeça e comprimir os lábios, a pele do rosto corando e as lágrimas rolando por suas bochechas. Eunwoo parou de comer, Mingi foi o único que continuou, irredutível, gélido.

— Keeho, ajude Hongjoong a deixar a mesa. Guarde a comida dele e peçam para servir mais tarde — Eunwoo ordenou, sem contato visual, austero. — Ele deve estar estressado.

Os olhos vermelhos e marejados de Hongjoong fitaram Eunwoo com fúria.

— Você disse alguma coisa pra ele, não foi? Você o convenceu a não querer mais falar comigo? — era cruel ao seu ver, era ridículo, porque Hongjoong não tinha feito nada de errado.

Eunwoo não disse nada, Keeho ficou trocando o seu foco de uma expressão para outra, sentindo que estava no meio de um fogo cruzado sem o seu conhecimento.

— Eunwoo não me convenceu. Fui eu quem decidiu — Mingi pronunciou, seco. — Estou indo para casa hoje mesmo. Você vai voltar para a sua vida e eu para a minha.

Dito isto, ele afastou a cadeira, agarrou suas muletas de apoio e um empregado o ajudou a ficar de pé.

— Você pensa mesmo assim? — Hongjoong bateu com as mãos na mesma, exaltado. — É isso o que quer, Mingi? Depois de tudo o que nós vivemos, você quer agir como se... não fossemos nada um do outro?

Visando de soslaio, Mingi deu de ombros e seguiu sozinho até as escadas, declarando silenciosamente que não queria discutir aquele assunto. Não deixando barato, Hongjoong correu em sua direção, falando enquanto visivelmente estava sendo ignorado:

— Eu não acredito que está fazendo isso. Você saiu do quarto sem mais nem menos, então parou de falar comigo, está me ignorando todos esses dias que estamos aqui e agora diz que quer agir como se eu não existisse — embora sua voz estivesse embargando, um nó formado na garganta, manteve-se firme. — Mingi, olhe pra mim.

Hongjoong estava tremendo, o estômago revirando. Não suportava viver como se não existisse para Mingi. Estava doendo, estava sangrando.

Contudo, Mingi demorou para finalmente parar de andar em direção às escadas e virar-se para Hongjoong, após ele pedir para ser encarado. Mingi não esboçou nada que não estivesse ligado à sua dureza com relação aos sentimentos que Hongjoong estava transbordando.

CASHIT | MAFIA ATEEZ |  TEMP IOnde histórias criam vida. Descubra agora